Em 2017, pouco depois de se tornar Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres disse: «Israel precisa ser tratada como qualquer outro Estado membro da ONU».
Foi um começo sólido para alguém que prometeu igualdade para o único Estado Judeu. Até no seu manifesto pessoal, publicado como parte do processo de eleição, Guterres referiu especificamente a necessidade de eliminar o antissemitismo numa das problemáticas do seu plano de cinco pontos em relação à adoção de uma cultura de prevenção de crises por parte da ONU.
Desafortunadamente, Guterres demonstrou a sua verdadeira identidade nos dias que sucederam o massacre ocorrido no dia 7 de outubro quando os esquadrões assassinos e violadores do Hamas se infiltraram em Israel para assassinar mais de 1200 pessoas, ferir milhares e raptar 250 israelitas e de outras nacionalidades, no pior dia de derramamento de sangue para o povo Judeu desde o fim do Holocausto.
Ainda antes do sangue dos israelitas ter secado, e semanas antes de uma única bota das Forças de Defesa da Israel estar em Gaza, Guterres conseguiu encontrar pouca ou nenhuma simpatia pelo Estado Judeu atormentado.
O Secretário Geral da ONU afirmou que o assassínio em massa «não aconteceu no vácuo» porque os palestinianos têm estado sujeitos a 56 anos de «ocupação sufocante». Afirmou ainda que está «profundamente preocupado com as claras violações do Direito Internacional Humanitário que estamos a testemunhar em Gaza».
Este é o tipo de expressões ou reações que Guterres não utilizou em nenhum outro conflito no mundo. E, mais grave ainda, ficou chocado com a reação de muitos Europeus e Americanos face aos seus comentários.
No entanto, parece que estes comentários não são únicos, apenas receberam mais atenção do que as observações igualmente escandalosas, aparentemente justificando o terrorismo, que fez no passado.
Em junho de 2022, Guterres discursou numa conferência de países que fazem donativos à UNRWA. O Secretário Geral disse então: «Imagine-se nesta situação, imagine o que sentiria e imagine o que aconteceria quando alguém do Estado Islâmico viesse ter consigo e lhe dissesse: “O que está a fazer, a persistir na esperança, porque não se junta a nós e tenta fazer o que quiser?” sabe, as coisas que acontecem cada vez mais com organizações terroristas em todo o mundo.»
É claro que agora Guterres está no seu segundo e último mandato e, aos 74 anos e com poucos pretensões políticas, os seus lábios estão mais soltos e as suas verdadeiras opiniões estão à vista.
Pior que os seus insensíveis comentários iniciais, Guterres parece estar numa missão para garantir que o Estado de Israel perde a sua guerra contra o Hamas, uma organização terrorista cuja carta aspira ao genocídio dos judeus em todo o mundo, e outros proxies da República Islâmica do Irão.
No Capítulo VII, artigo 51.º da Carta das Nações Unidas, lê-se: «Nenhuma disposição da presente Carta deve prejudicar o direito inerente de autodefesa individual ou coletiva caso ocorra um ataque armado contra um membro das Nações Unidas.»
Guterres, em palavras e atos, desde que Israel deu início à sua guerra de autodefesa contra terroristas que dizem abertamente que cometeriam o massacre de 7 de outubro «uma e outra vez», tem tentado impedir Israel de prosseguir a guerra com êxito e de derrotar os seus inimigos, em oposição direta à sua própria Carta.
Nos mais de seis meses que se seguiram ao atentado, Israel obteve ganhos impressionantes contra o Hamas e a Jihad Islâmica. Já matou cerca de 15 mil terroristas e está a avançar rapidamente para a sua derrota total.
Mesmo se tomarmos como facto os números notoriamente falsos e pouco fiáveis do Ministério da Saúde, dirigido pelo Hamas, o rácio entre combatentes e civis é de cerca de um para um. A média internacional é de um combatente para nove civis, pelo que Israel está a agir nove vezes melhor do que qualquer outra nação em guerra nos últimos anos.
Estes são os factos, mas não os saberíamos pela boca de Guterres e de muitos dos organismos sob o seu controlo, que ignoram sistematicamente o sistema de aviso sem precedentes de Israel aos civis para abandoarem as zonas de conflito, e aceitam e adotam as mentiras do Hamas de que apenas os civis são o alvo das FDI.
Guterres tem sido rápido a aceitar estas mentiras, mesmo quando se provou que não eram verdadeiras, como a agora infame explosão do hospital de Al-Ahli, que foi inicialmente atribuída a Israel, mas que, de facto, foi causada por um míssil errado da Jihad Islâmica que seria dirigido contra civis israelitas, as mortes infelizes devido a uma debandada que atacou camiões de ajuda humanitária e as acusações de violação em massa de mulheres palestinianas no Hospital Shifa. Esta última foi o resultado das afirmações de uma mulher que ela própria admitiu agora serem mentira para ganhar a simpatia internacional.
O Hamas compreende que não pode ganhar no campo de batalha, por isso tenta ganhar nos meios de comunicação social, no tribunal da opinião pública mundial e nas instituições internacionais, onde pode enfraquecer a capacidade de Israel de vencer na sua guerra contra o terrorismo genocida.
Guterres, infelizmente, parece ser o rapaz da propaganda desses esforços. Ele aceita todas as estatísticas do Hamas, todas as mentiras dos jihadistas e abre caminho a qualquer ataque contra o Estado Judeu nos fóruns internacionais sob o seu controlo.
É agora claro que Guterres usou a simpatia pela posição isolada e única de Israel na ONU para ganhar a sua posição e conquistar amigos na Europa e nos EUA, que pagam uma quantia desproporcional do orçamento da sua organização. No entanto, agora que não tem necessidade de isso, mostrou que o seu único objetivo parece ser um Estado de Israel derrotado e enfraquecido.
Felizmente, isto não parece estar a funcionar e Israel está a caminho da vitória sobre o terrorismo, que pode depois ser transformada em paz, segurança e estabilidade para os povos da região.
Se Israel vencer, o povo palestiniano será libertado dos seus líderes islâmicos autoritários, Estados Sunitas pragmáticos do Médio Oriente e não só, que têm uma causa comum com Israel contra o Irão assinarão acordos de normalização e haverá uma paz histórica na região.
É este o futuro melhor que está em causa nesta guerra. É um futuro que Israel procura desesperadamente, e que o Secretário Geral das Nações Unidas tenta desesperadamente evitar.
Diretora de gabinete do Middle East Forum Israel