Ajuda de Portugal ao desenvolvimento subiu 2% em 2023

A ajuda internacional também aumentou em 2023 com maior apoio à Ucrânia e às necessidades humanitárias.

A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) dada por Portugal cresceu 2% no ano passado, para os 490 milhões de euros, segundo dados apresentados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
O relatório revela a um crescimento da ajuda portuguesa de 480 milhões de euros, em 2022, para 490 milhões de euros, no ano passado, o que representa um crescimento de  2%. 

No total global, a ajuda oficial ao desenvolvimento (APD) dos países membros do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE ascendeu a 223,7 mil milhões de dólares – cerca de 208,8 mil milhões de euros. Pelo segundo ano consecutivo, este volume representa 0,37% do rendimento nacional bruto coletivo destes países. Cinco países ultrapassaram a meta das Nações Unidas de gastar 0,7% do seu rendimento nacional bruto (RNB) em APD.

A OCDE revela que, no ano passado, o aumento de 1,8% em termos reais foi o mais recente de uma série de aumentos anuais na Ajuda Oficial ao Desenvolvimento fornecida pelos membros do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE e o quinto ano consecutivo em que a APD estabeleceu um novo recorde. «A ajuda total para 2023 aumentou um terço em relação aos níveis de 2019, refletindo a ajuda adicional fornecida desde então, relacionada com a pandemia de COVID-19 e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia». explica a organização.

«A Ajuda Pública ao Desenvolvimento continua a ser uma fonte importante, estável e fiável de financiamento externo para os países em desenvolvimento. Os países doadores forneceram um nível recorde de ajuda internacional pelo quinto ano consecutivo, mantendo o seu apoio às prioridades de desenvolvimento a longo prazo, ao mesmo tempo que ajudam países de todo o mundo a satisfazer necessidades de curto prazo causadas por choques e pressões externas», disse o secretário da OCDE,  Mathias Cormann.

E acrescentou que «com um crescimento mais lento e custos crescentes do serviço da dívida, os países em desenvolvimento enfrentam pressões fiscais adicionais e um risco crescente de sobre-endividamento». O responsável disse ainda que os desafios estruturais de longo prazo, «como as alterações climáticas e o aprofundamento das disparidades económicas e sociais, estão a agravar estas pressões, pelo que devemos permanecer concentrados e empenhados em ajudar os mais vulneráveis ​​a cumprir os seus objetivos de desenvolvimento económico e crescimento».