O Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo anunciou esta sexta-feira a suspensão e participação criminal a um enfermeiro do hospital de Abrantes. O motivo são “filmagens não consentidas a doentes especialmente vulneráveis” com “maus tratos associados”.
Em comunicado, a ULS Médio Tejo disse ter recebido na terça-feira “uma denúncia anónima, por email, contendo diversos ficheiros que contêm filmagens vídeo ilícitas, sem consentimento ou conhecimento dos utentes, que desconhecem estarem a ser captados”.
Nessas filmagens, indica, “são perpetrados atos absolutamente condenáveis sobre doentes especialmente vulneráveis, que colocam em causa o respeito e dignidade pela pessoa humana e a deontologia inerente à nobre missão da prestação de cuidados de saúde”.
Nesse sentido, ULS refere, citada pela agência Lusa, que “a prioridade nas últimas 24 horas foi identificar o autor das imagens, instruir procedimento disciplinar e suspensão, e instruir todo o processo criminal junto do Ministério Público (MP)”.
Houve ainda a devida “participação às autoridades judiciais de filmagens ilícitas com atos perpetrados a utentes vulneráveis por um profissional de saúde da ULS Médio Tejo”.
Na mesma nota, o CA afirma estar “profundamente chocado e consternado com o teor das filmagens” que, pelo que disse ter conseguido “para já apurar, através do seu cuidado visionamento, foram realizadas há pelo menos três anos, em vários locais de trabalho e internamento da Unidade Hospitalar de Abrantes”.
Segundo a mesma nota, o “visionamento das imagens rececionadas, com as chefias da instituição, permitiu também identificar pelo menos um enfermeiro da Unidade Hospitalar de Abrantes da ULS Médio Tejo associado a estes atos criminosos”.
A par da suspensão do funcionário, foi decidida a “instauração de processo disciplinar ao profissional identificado com vista ao despedimento, dando conhecimento da abertura deste procedimento à Ordem dos Enfermeiros”, a “entrega de todo o material rececionado ao Ministério Público” e a “formalização de queixa junto das entidades judiciais competentes” com disponibilização de “colaboração total com as autoridades na investigação” do caso.