Níger. Retirada de tropas dos EUA em negociação

O Governo de Niamey, que resultou de um golpe de Estado, denunciou em março o atual acordo de cooperação.

O Pentágono anunciou o início de conversações com Niamey sobre a retirada das tropas norte-americanas do Níger, destacadas para a luta contra o fundamentalismo islâmico no Sahel.

O Governo do Níger, que resultou de um golpe de Estado em julho de 2023, denunciou em março o atual acordo de cooperação militar com os EUA, afirmando que a presença norte-americana era agora «ilegal».

Na semana passada, Washington concordou finalmente em retirar os seus mais de mil militares do país e anunciou o envio de uma delegação a Niamey para acordar os pormenores da retirada.

«Podemos confirmar o início das discussões entre os Estados Unidos e o Níger sobre a retirada ordenada das forças americanas do país», declarou o porta-voz do Pentágono. Uma «pequena delegação do Pentágono e do Comando dos EUA para África» está a participar nas discussões, acrescentou Pat Ryder.

Os EUA «continuarão a explorar as opções possíveis para garantir que está sempre em posição de lidar com potenciais ameaças terroristas», disse ainda Ryder.

Na capital do país africano, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Níger revelou que discutiu com a embaixadora dos EUA em Niamey «a questão da partida das forças militares norte-americanas do Níger».

A diretora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) esteve no encontro e garantiu que a agência iria «continuar a sua cooperação bilateral» com o Níger. A responsável anunciou «um novo acordo para substituir o atual, que expira em setembro de 2024».

Base de ‘drones’

Os EUA têm no Níger uma importante base de ‘drones’ perto de Agadez, construída com um custo de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 93 milhões de euros).

Após o golpe de Estado que derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum, o novo regime militar exigiu rapidamente a saída dos militares da antiga potência colonial, França, e aproximou-se da Rússia.

O mesmo  tinha acontecido com os vizinhos Mali e Burkina Faso, também governados por regimes militares e que também enfrentam as atividades de organizações fundamentalistas islâmicas.