As Declarações do Ministro da Defesa e Outros Pretextos Quaisquer

Quando os eleitores se atrevem a dar a vitória nas eleições ao Centro-Direita (e em 2015 nem assim como se viu), rapidamente temos um enorme escrutínio jornalístico.

É certo e sabido que o Centro-Direita não pode governar em Portugal, uma vez que só a Esquerda o pode fazer por natureza, direito e divindade. Pelo que, quando os eleitores se atrevem a dar a vitória nas eleições ao Centro-Direita (e em 2015 nem assim como se viu), rapidamente temos um enorme escrutínio jornalístico, ataques a toda a hora provenientes de todo o tipo de associações, sindicatos, etc., e com as greves e manifestações a subir exponencialmente.

Os exemplos são muitos, mas houve um que achei particular piada. Poucos dias depois do Governo tomar posse, eis que temos um buzinão na ponte 25 de Abril contra o preço dos combustíveis, quando em 8 anos não se viu nada disto e o Governo de António Costa subiu imenso os impostos sobre os combustíveis. Antes da geringonça ainda tínhamos uns meses do chamado “estado de graça” para qualquer governo (que não de Centro-Direita, bem entendido). Agora nem horas há, quando o Governo de António Costa teve tolerância de quase 8 anos.

Isto para ir ao ponto das declarações do Ministro da Defesa Nuno Melo, o qual opinou sobre a hipótese “das Forças Armadas, em complemento das possibilidades que existem noutras entidades, poderem contribuir num contexto formativo de instrução, para a ressocialização de jovens e, por essa via, criarem melhores oportunidades ao longo da vida”.

O que aconteceu, é um bom exemplo do que referi anteriormente e daquilo que esperamos a cada hora, a cada dia – um ataque cerrado de certa comunicação social, dos partidos de Esquerda em geral (com destaque para o BE) e, claro, de várias associações de militares que, como toda a gente sabe, são de Esquerda. Um dos representantes destas associações dizia mesmo que colocar armas nas mãos de delinquentes era muito perigoso, etc.

Para quem não sabe, o serviço militar serve, entre muitas outras coisas, para formar pessoas (dantes apenas homens, desde 1992 também mulheres, precisamente no ano em que cumpri serviço militar, entrou o primeiro grupo de mulheres). E quando digo formar, refiro-me a uma sólida formação militar, moral e cívica. Ao carácter, sentido do dever, disciplina, a trabalhar em equipa, a respeitar o próximo, a ser humilde, a lutar e trabalhar em prol de algo maior que nós próprios, da comunidade e tantas outras coisas mais que poderia aqui descrever.

Nasci e cresci no Intendente em Lisboa, e lá vivi até aos 24 anos. Para quem não sabe, foi durante muitos anos, um bairro de crime, prostituição e tráfico de droga (agora é turístico). Vi muitos amigos de infância a perderem-se neste mundo e a perderem a própria vida. Era tentador viver de dinheiro fácil, nomeadamente como proxeneta ou do tráfico de droga. E não foi fácil dizer que não a tudo isto, ou vir do trabalho e da escola e ser revistado pela polícia, acordar com tiros ou gente esfaqueada de baixo da janela onde dormia. Ou mesmo a morte do melhor amigo com 2 tiros no abdómen. Podia dizer muito mais coisas, mas penso que quem está a ler este artigo já percebeu a ideia.

Aquilo que Nuno Melo referiu, já se faz e com muito sucesso em muitos países.

Tenho a comentar o seguinte: que jeito teria dado, a muitos dos meus amigos, se tivessem cumprido serviço militar, sobretudo se lá continuassem. Que jeito daria hoje, que muitos destes jovens cumprissem serviço militar e não se perdessem, como se perderam os meus amigos.

Pelo que deixo aqui uma sugestão ao Governo: deixem-se de eventos, inaugurações e outras coisas do género (das quais sempre fui contra). Uma vez que cada palavra que dizem serve para contestação, assim não só aproveitam mais o tempo para governar melhor, como também evitam ser atacados por todo e qualquer motivo. Além de que deixam certa comunicação social a falar sozinha.