O escritor Mia Couto defendeu, esta quinta-feira, que a dívida dos países africanos pode ser uma das vertentes, num eventual processo de reparação do período colonial, mas refuta que se torne uma forma de culpabilização.
O autor moçambicano, citado pela Lusa, refere que :”O que a gente quer da história é exatamente que não se apague aquilo que é a verdade histórica, mas que ela não seja o fundamento para qualquer sentimento de culpabilização. Não tem que haver culpa das gerações de hoje sobre coisas que foram feitas num contexto histórico completamente diferente”.
Para Mia Couto, as “reparações têm sentido” caso sejam “discutidas não na base de um sentimento qualquer de culpa histórica” e “sim na base daquilo que os países africanos”, “consideram ser digno e legítimo construir como uma ponte feita no presente”.