Como se esperava, a primeira etapa foi longa, difícil e muito competitiva. Houve cinco pilotos a ganhar troços e três a passar pelo comando, no final do dia a Toyota tinha os três carros nas três primeiras posições, os Hyundai apareciam logo atrás. Takamoto Katsuta (Toyota Yaris) surpreendeu ao vencer a classificativa de abertura, em Mortágua. Igualmente notável o segundo tempo de Thierry Neuville (Hyundai i20), que tinha a desvantagem de limpar a estrada por ser o primeiro a passar. Dani Sordo (Hyundai i20) esteve igualmente “on fire”, com vitórias nas exigentes classificativas da Lousã e Góis – foi impressionante ver o espanhol a andar a 160 km/h no meio das florestais. Apesar de ser o primeiro a passar, Neuville venceu em Arganil e subiu ao segundo posto, a 2,9 s de Katsuta, que continuava a liderar o rali.
Na segunda seção, os pilotos percorreram os mesmos troços e assistiu-se a um constante sobe e desce na classificação. Se de manhã os Hyundai mais rápidos e os pilotos da Toyota queixaram-se da afinação dos Yaris Rally 1, de tarde aconteceu o inverso. Ogier entrou a vencer, mas quem mais beneficiou foi Rovanpera, que ascendeu ao primeiro lugar com 0,1 s de vantagem sobre Katusta e 3,1 s para Ogier, ou seja, a Toyota ocupava os três primeiros lugares. Tänak voou na segunda passagem por Arganil, subiu ao segundo lugar e equilibrou a luta entre a Toyota e Hyundai. Contudo, no último troço do dia, os homens da Toyota voltaram a atacar e garantiram os três primeiros lugares. À partida para a segunda etapa, o bicampeão do mundo, Rovanperä, lidera com 1 s de vantagem sobre Ogier e 4,7 s para Katsuta. Tänak é o melhor piloto da Hyundai, na quinta posição, a 5,4 s, e continua na luta pela vitória.
Rovanperä dominou a segunda parte da etapa, ainda assim queixou-se de que o Yaris não estava a seu gosto “não consigo ser mais rápido com este carro”, afirmou. Ogier referiu “é bom terminar o dia assim. Tive alguns problemas com o sistema híbrido antes da classificativa, felizmente conseguimos resolver”. Adrien Fourmaux andou bastante bem, só que o Ford Puma Rally não tem o mesmo nível de desenvolvimento do Yaris e do i20 “estou contente com o meu ritmo, infelizmente amanhã temos a mesma posição à partida”, disse o francês.
Armindo Araújo (Skoda Fabia RS) era o melhor português na neutralização em Arganil, com 7,7 segundo de avanço sobe José Pedro Fontes (Citroen C3). “Estamos a cumprir a nossa missão e a controlar os nossos adversários. Os troços são difíceis, estamos a tentar fugir das armadilhas. Podíamos ir mais rápido, mas este rali é um compromisso entre velocidade e gestão”, explicou Araújo. O campeão nacional Ricardo Teodósio perdeu bastante com uma avaria na direção do Hyunda i20 N. José Pedro Fontes acabou por ser o melhor português (22.º da geral), na frente de Armindo Araújo, que perdeu 9,3 s com uma falha de motor.
No final do dia, foi assinada a renovação do contrato por mais dois anos com o promotor do Mundial de ralis. “É uma prova que acrescenta valor ao Mundial. Tem grande impacto junto das pessoas e dos media, é isso que os ralis necessitam”, disse Jona Siebel, diretor-geral do WRC, que salientou ainda a disponibilidade do ACP para organizar a prova. Para Carlos Barbosa “foi o reconhecimento da nossa qualidade enquanto organizador. O Rali de Portugal afirmou-se como uma das provas mais consistentes do mundo”, disse o presidente do ACP. Recorde-se que o rali tem um custo de quatro milhões de euros.
Amanhã realiza-se a segunda etapa, a mais longa do rali com nove troços muito longos e duros, num total de 145 quilómetros ao cronómetro. A classificativa de Amarante (37,2 km) é a mais longa do rali e pode provocar alterações na classificação.
Felgueiras 1 (8.8 km) – 08h05
Montim 1 (8.6 km) – 09h05
Amarante 1 (37.2 km) – 10h05
Paredes 1 (16.0 km) – 11h35
Reagrupamento na Exponor – 12h26
Felgueiras 2 (8.8 km) – 14h35
Montim 2 (8.6 km) – 15h35
Amarante 2 (37.2 km) – 16h35
Paredes 2 (16.0 km) -18h05
Lousada (3.3 km) -19h05
Total da etapa 145.0 km