Despejaram milhares de imigrantes em Portugal num curto espaço de tempo, a maioria sem qualquer relação cultural connosco, com promessas furadas de trabalho e sem qualquer estratégia de integração. E agora? Estavam à espera de quê? Milagres?! Deste modo, os conflitos, a criminalidade, o aumento do racismo são inevitáveis. O estado da imigração no nosso país é uma bomba relógio. E já começou a rebentar. E não, isto não tem nada de xenófobo. É apenas um facto (aliás comprovado no demais países europeus) – e até um óbvio ululante: homens deslocados, sozinhos, sem família, sem emprego, sem dinheiro e sem rede social de suporte mais facilmente terão comportamentos delinquentes.
O perfil dos estrangeiros residentes em Portugal mudou de modo radical, quer quantitativa quer qualitativamente. Se até ao princípio do século eram sobretudo oriundos das ex-colónias, no princípio do XXI, surgiram as comunidades do leste, mudando esse tradicional fluxo do retorno das caravelas. Mas, mesmo assim, com grande proximidade europeia. Nos últimos anos, a alteração foi drástica – disparou a imigração asiática – com pouca ou nenhuma ligação cultural – e em quantidade assinalável. Números que, em alguns bairros – como no Bonfim no (Porto) nos Anjos (Lisboa) – ou na população ativa e em alguns setores de atividade como a restauração ou os cuidados a idosos atingem 20, 30, 40% . Ou mais (veja-se o caso das estufas que inundam grandes fatias do Alentejo. Aí ronda 100%).
A transformação deste perfil devia obrigar a uma profunda reflexão e a novas políticas. Sobretudo a uma Estratégia Nacional que, definitivamente, não foi conseguida com a extinção do SEF. Aliás, o seu substituto, a AIMA, está longe de conseguir sequer parar para pensar já que os 400 mil pedidos de imigrantes acumulados a obrigam a correr atrás do prejuízo e nem sequer ter tempo para respirar.
Acontece que as forças partidárias, da dita esquerda à dita direita só sabem berrar. Esta última grita que veem roubar-nos identidade e empregos. Uma suposta esquerda progressista alardeia que estes estrangeiros são ótimos para os chamados trabalhos 3D (dirty, difficult, dangerous) que os portugueses rejeitam. Falam destes seres humanos como se fossem esfregonas e instrumentos braçais, mercadoria descartável, enquanto os deixam entrar à toa, sem condições e para serem explorados até ao osso.
Nem uns nem outros colocam o dedo na ferida: atualmente, quem regula os fluxos migratórios são as máfias de tráfico de seres humanos. Essas redes vorazes têm, aliás, particular força em Portugal, como tem sido bastas vezes denunciado por diversos organismos internacionais. O nosso país é recetor e porta de entrada (agora até mais destino, considerando alterações noutros membros da UE), sem que os governos, as ditas AIMAS ou os partidos debatam e tomem decisões sobre fluxos de entrada, o combate a estas redes de escravatura, a reunificação familiar, políticas de integração. Quantos imigrantes queremos? Preferimos políticas de quotas? Que medidas para o mercado laboral e habitação? Enfim… há mais vida além dos extremos idiotas e da berraria. Mesmo que alguns ditos moderados só a encontrem em Marte.