A estudante Carolina Moreira, do grupo de estudantes que se encontra acampado à porta do do departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), anunciou que os estudantes irão permanecer em protesto até segunda-feira.
A estudante, citada pela agência Lusa, disse que “a menos que a direção da faculdade decida ouvir-nos e mude de posição, vamos manter-nos cá de dia e de noite pelo menos até amanhã [segunda-feira]”, acrescentando que a comunicação com a FCUP “tem-se resumido ao diálogo diário com os seguranças das instalações”.
“São eles que nos dizem se podemos usar ou não as casas de banho, são eles que nos dizem o que a direção decidiu sobre o acesso ao edifício que não tem sido igual todos os dias. Com a direção não temos contacto”, explicou a estudante, que se encontra a acampar há quatro dias com outras dezenas de colegas, no departamento de Ciência de Computadores.
Este protesto está em linha com outros que têm ocorrido em algumas faculdades do país, e teve o seu primeiro momento, na semana passada, quando cerca de meia centena de estudantes reivindicaram, diante da reitoria da Universidade do Porto, o corte de relações entre a academia e Israel.
“Sem uma escuta ativa”, por parte dos responsáveis da FCUP, explica Catarina Moreira, os estudantes “não vão desmobilizar”. “”O nosso objetivo é o debate e a discussão focada na libertação da Palestina, bem como no corte de relações com o Estado de Israel. Quer a Reitoria da UP, quer a Faculdade de Ciências sabem disso, sabem o que exigimos” acrescentou.
De acordo com a estudante, o protesto tem juntado entre “entre 80 a 100 pessoas” de dia, e de noite “nunca menos de 25”.
Este domingo, no seguimento de uma assembleia de estudantes, sessões que se têm repetido ao longo dos dias com o intuito de traçar novas iniciativas, ficou decidido abrir as assembleias à sociedade civil e preparar um evento cultural.
“Na quarta-feira a assembleia será aberta e na sexta-feira vamos promover um programa cultural. Tudo será tratado ao longo da semana. Cada vez mais estudantes, mas não só, têm mostrado solidariedade com este protesto, revendo-se no motivo que nos trouxe aqui”, concluiu.