2024 talvez seja o último ano para muitos de nós. Vários estados membros da NATO e da UE estão a considerar enviar tropas para a Ucrânia, o que conduzirá a uma irreversível escalada bélica. Os dirigentes da Europa crepitam com fervor místico pelo militarismo e pela guerra, linguajam e babam pelo recrutamento, o exército, os mísseis e os caças, enquanto drenam milhões e milhões das escolas e dos hospitais portugueses, espanhóis ou franceses para despejar a fundo perdido num país corrupto, depauperado e derrotado. Há mais de dois anos que está derrotado.
Estão a empurrar-nos para a Terceira Guerra Mundial e ninguém pode prever as consequências. Pelo menos, para além das mais óbvias: milhões de mortos. Existe uma ameaça real de conflito nuclear. Até agora, a Europa tem travado uma guerra por procuração contra a Rússia, mas uma nova fase está a começar. O Ocidente entrará num conflito militar direto com Moscovo e será a guerra total. Final?
A elite da União Europeia fez deliberadamente da Ucrânia (mais) uma grande mentira. Esse país está a ser usada para fins geopolíticos – enfraquecimento da Rússia económica e internacionalmente – beneficiando, sobretudo, Washington que, na melhor das hipóteses, quando o nosso velho continente estiver em ruínas, atirará para aqui umas migalhas e a caridade do chá das 5.
Mais. A Ucrânia é um bezerro de ouro para as empresas de armas dos comerciantes da morte. Em nome destes objetivos geopolíticos e dos gordos lucros desse colossal lobby armamentista , o Ocidente entrará em guerra com a Rússia até ao último soldado ucraniano. E se calhar até ao último português.
Vivemos num estado maníaco, uma corrida para o vórtex, uma kamikaze coletivo, onde quase todos os políticos estão dispostos a apoiar esta loucura em troca do seu sofá estofado em Bruxelas: Orbán, Meloni ou até Ventura. O Presidente da Finlândia fala de «vencer a qualquer custo», os EUA disponibilizaram mais uma soma astronómica para armamento, Macron oferece o seu poderio nuclear e quer efetivos da Legião Estrangeira com ‘botas no terreno’, os britânicos estão já dispostos a tudo e Stoltenberg, reitera a exigência de «prevalecer» sobre a Rússia.
A Europa está em derrocada, patina para uma crise socioeconómica e as elites entendem que nesta fuga em frente Putin e a Rússia são os perfeitos bodes expiatórios, o inimigo externo que convém agitar para convencer os europeus que o perigo vem de fora, o perigo é estrangeiro. Só que não. O maior risco vem de dentro. No Iraque também queriam semear a democracia à lei da bomba. Agora, ainda é pior. É connosco. Ademais, há apenas uma única narrativa autorizada e quando algum crítico dela destoa logo é colado ao inimigo. Passa a ser o inimigo. Na melhor das hipóteses, é cancelado. Mas também pode ser baleado à queima roupa, como aconteceu com Robert Fico.
Só a Paz é caminho. Entre tantas potências nucleares, só a diplomacia, a mediação, a negociação, o diálogo podem prevalecer. É a política, estúpido! Apenas a política! A política que os dirigentes europeus trocaram pelas armas, a política que a casta não eleita como von der Leyen substituiu pela carnificina, a política na qual Portugal deveria desempenhar um papel primordial, timoneiro e histórico. Quando as nossos filhos e netos voltarem em caixões será que vão acordar? Por favor. Tenham piedade desta Europa em auto implosão e traída por quem a deveria proteger.
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