Política na tragédia do Sul

O Presidente Lula decidiu criar o ‘Ministério da Reconstrução’ colocando no cargo o seu ministro, Paulo Pimenta, que é deputado pelo Estado.

Com o Rio Grande do Sul ainda com muita água, centenas de milhares de desabrigados, indústrias ainda sem produzir, a política menor se faz presente. O Presidente Lula decidiu criar o ‘Ministério da Reconstrução’ colocando no cargo o seu ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, que é deputado pelo Estado. Gerou um fato político, pois o novo ministro tem aspirações eleitorais maiores e o órgão gestor dos recursos federais não deixa de ser uma interferência no pacto federativo. E vale lembrar que o governador Eduardo Leite é da oposição não bolsonarista. Já o deputado Aécio Neves, que voltou a ser ator relevante na política nacional, líder do novo PSDB, protestou e chamou a decisão de Lula de «uma excrescência» e disse que o presidente quer tirar proveito político de uma tragédia.

Na mesma linha de usar do drama vivido pelos gaúchos para fins ideológicos, os ambientalistas ligados à ministra Marina Silva, como o cientista Carlos Nobre, aproveitaram a questão do efeito climático nas enchentes para condenarem a exploração de reservas de petróleo e gás, o consumo da carne, o tamanho da pecuária no Brasil e até do grande uso do transporte aéreo poluidor. Parece ficção, mas é verdade.

VARIEDADES

• Natura, Casas Bahia, Coteminas, Gol, Azul, BRF, todas entre as maiores empresas brasileiras com prejuízos no primeiro trimestre do ano. A Coteminas é o segundo grupo têxtil do Brasil e pediu proteção judicial. Seu dirigente é Josué Alencar Gomes da Silva, presidente da poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que alega problemas de mercado, mas a Vicunha, o maior grupo têxtil, apresenta robustos lucros.

• Já os restaurantes Outback estão de saída do Brasil. Querem vender o negócio, mas mantendo contrato para a continuação dos restaurantes no país.

• Nova dirigente da Petrobras Magda Chambiard tem perfil estatizante e teria prometido ao presidente Lula políticas de recompra de ativos vendidos, como a refinaria na Bahia, tocar o projeto do complexo petroquímico no Rio que estava sendo negociado com chineses e com outro perfil, encomendar navios a estaleiros brasileiros repetindo experiências anteriores fracassadas e tentar influir na distribuidora BR, que foi privatizada, mas o Governo ainda possui ações. A Petrobras na semana da mudança perdeu dez bilhões de dólares em valor de mercado.

• Avança o projeto do governo de São Paulo de transferir para o centro histórico repartições públicas com 22 mil funcionários. Será para recuperar o centro, que está degradado.

• O Grupo Hilton vai abrir hotéis de baixo custo no Brasil, procurando atrair proprietários de imóveis hoje confiados à gestão do Grupo Accor, o maior do Brasil com mais de 300 hotéis, especialmente da bandeira Ibis.

• A Air France vai inaugurar voos para Salvador, na Bahia, três vezes por semana. A demanda tem sido mais de turistas brasileiros do que estrangeiros. O gasto de brasileiros no exterior com cartões de crédito anda por volta de um bilhão de euros por mês. EUA, Portugal e França estão em primeiro lugar.

• O setor privado de educação está com problemas de inadimplência, que anda à volta de 30%.

• Cresce em São Paulo o uso de helicópteros para deslocamentos ao aeroporto internacional e, de quinta a domingo, para empreendimentos de alto padrão de casas de final de semana, como Boavista.

• Flamengo de luto com a morte de seu ex-treinador e torcedor Washington Rodrigues. Conhecido como Apolinho, ele era responsável por um programa de rádio diário líder em audiência.

• Seis antigos presidentes do Banco Central se manifestaram contrários a política fiscal do Governo. l