O festival Primavera Sound regressa ao Parque da Cidade, no Porto entre quinta-feira e sábado. O cartaz é maioritariamente feminino, não há palco dedicado à eletrónica e existe um teste real ao novo recinto estreado na edição do ano passado.
Para a 11.ª edição do Primavera Sound Porto o destaque vai, em primeiro lugar, para o regresso de Lana Del Rey aos palcos nacionais. “Há mais de um mês que estão os bilhetes esgotados para esse dia, também por causa de Justice”, disse o diretor do festival.
A cantora norte-americana, que editará em setembro um novo álbum, e a dupla francesa atuam na sexta-feira, dia que inclui também Lambchop, The Last Dinner Party, Wolf Eyes, The Legendary Tigerman, Classe Crua e Samuel Úria, entre outros.
José Barreiro recordou que juntar “artistas consagrados com bandas que têm um potencial de crescimento enorme para os próximos anos” faz parte do ADN do Primavera Sound Porto, e que “a paridade entre homens e mulheres no cartaz é uma preocupação da organização”.
“Mais uma vez temos um cartaz que acho que é maioritariamente feminino”, referiu à agência Lusa. Para isso contribuem as cabeças de cartaz do primeiro dia, três mulheres: SZA, PJ Harvey e Mitski.
“Quando começámos isto [de tentar garantir paridade no cartaz] em 2017 era arriscado fazê-lo. O futuro veio dar-nos razão, porque neste momento é muito mais fácil [ter um cartaz paritário]. As grandes campeãs de vendas da indústria atualmente são mulheres”, acrescentou.
Na quinta-feira, além de SZA, PJ Harvey e Mitski, atuam também no festival Amyl and The Sniffers, Royel Otis, Blonde Redhead, Ana Lua Caiano e Amaura, ente outros.
Este ano, a tarefa de encerrar o Primavera Sound Porto fica a cargo dos Pulp e The National, num dia que inclui uma homenagem ao músico e produtor norte-americano Steve Albini, que morreu em 08 de maio e esteve em todas as edições do festival com Shellac.
No sábado atuam também, entre outros, Arca, Billy Woods, Expresso Transatlântico, Conjunto Corona, Joana Stenberg e Best Youth. Este ano, as bandas e artistas distribuem-se por quatro palcos e não cinco. Essa é, aliás, “a única alteração de realce” no recinto.
Em 2023, o recinto do festival aumentou de área, aproveitando as obras que a Câmara Municipal do Porto realizou no espaço, de ligação do Parque da Cidade ao mar. “As alterações do ano passado queremos testá-las este ano”, afirmou José Barreiro, salientando que “o ano passado não é exemplo por causa da depressão Óscar, que afetou imenso o festival e transformou relvados em lamaçais”.
Apesar de as previsões meteorológicas para a edição deste ano serem boas, ao longo do ano a organização fez intervenções no recinto. “Fizemos obras que absorvem muito mais a água. Poços sumidouros, que absorvem a água injetando-a no subsolo e não à superfície. Apesar de estarmos mais preparados em caso de intempérie, esperemos que não seja necessário testar isso este ano”, referiu o diretor do festival.