Europeias: Bruxelas já está a arder?

Desta vez não são as pernas dos banqueiros que vão tremer, são as dos políticos do ‘centrão’, dos eurocratas e da imprensa ‘liberal’ ocidental!

A pouco mais de uma semana das Eleições Europeias, os corredores de Bruxelas fervilham com um novo sobressalto, um nervosismo mal disfarçado partilhado em muitas capitais da UE, que a grande maioria da Comunicação Social nacional e internacional finge não ver! Mas todos sabem que o cenário é possível, e desta vez não são as pernas dos banqueiros que vão tremer, são as dos políticos do Centrão, dos Eurocratas e da imprensa “liberal” ocidental!

Que novo desenvolvimento está na origem dessa inquietação? A semana passada o ID, Identidade e Democracia, o quinto grupo em dimensão do Parlamento Europeu que integra, entre outros, o Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen, a Lega de Matteo Salvini e acolherá os Eurodeputados do Chega, decidiu excluir do seu seio o AfD, a Alternativa para a Alemanha, na sequência das posições cada vez mais extremistas e radicais que este Partido tem vindo a assumir. A gota de água foi a polémica causada pelo seu cabeça-de-lista, Maximilian Krah, ao afirmar que “um membro nazi das SS não é automaticamente um criminoso.”

Ora a presença da AfD nas fileiras da ID era o principal obstáculo à cooperação com outras forças políticas, nomeadamente o ECR, o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeu. ECR que é presidido por Georgia Meloni, a Primeira Ministra italiana, líder dos Irmãos de Itália, que a esquerda e a extrema-esquerda europeias (e as nacionais) apelidam de pós-fascista. 

Marine Le Pen apressou-se a dar uma entrevista ao prestigiado jornal italiano Corriere della Sera, sugerindo exatamente em Roma que, agora sem a AfD, se desse um novo passo para além da cooperação entre os dois Partidos Europeus à direita do PPE. Ou seja, sugeriu expressamente a fusão dos dois Partidos. 

A verificar-se, que reflexos pós-eleitorais teria esta junção? Olhemos atentamente para as atuais sondagens, nomeadamente do Político, insuspeito de não ser favorável a nenhum desses Partidos. 

O PPE é projetado como o potencial vencedor das eleições de 9 de Junho, embora possa passar de 176 para 170 Deputados. Em segundo prevê-se que fiquem os Socialistas, distantes, subindo apesar disso de 139 para 144. Em terceiro os liberais do Renew, que se antecipa um dos grandes derrotados das próximas eleições, que deve descer de 102 para 76 membros. Em quarto o referido ECR, que se prevê suba de 69 para 75. Em quinto nas projeções surge o ID, que poderá crescer de 49 para 69. Os Verdes aparecem em sexto, com uma queda acentuada de 72 para 41. Finalmente em sétimo a Esquerda, que cai dos seus já exíguos 37 para 32. 

A primeira constatação é que o tal novo grupo somaria 144 Eurodeputados, ou seja, ficaria empatado com os Socialistas. Um terceiro lugar da chamada extrema-direita já seria, só por si, um terramoto político. Mas um olhar atento aos atuais Não-Inscritos, que as projeções estimam que passem dos atuais 61 para 57, verifica que com a mais que provável adesão dos húngaros do Fidezs de Orban (12), e considerando apenas este (sim, há mais…), tal novo grupo já iria em 156! Ou seja, o tal abalo telúrico já rebentaria a Escala de Richter por a dita extrema-direita ficar num destacado segundo lugar!

Mas as conjeturas não ficam por aqui! A verificar-se esta ascensão meteórica da extrema-direita, cerca de 10 Deputados do PPE, insatisfeitos com a deriva à esquerda nesta legislatura, poderiam migrar também para esta nova família, já que transitariam para um grupo que, ao contrário do que se passa atualmente, passaria a ter peso e influência no panorama europeu. Ora se tal ocorresse, não eram apenas 156 mais 10, ou seja 166 (e não falamos dos deputados do SMER da Eslováquia, e daqueles entre os 56 provenientes de Partidos que se espera entrem sem estarem agora presentes no Parlamento Europeu). E os 170 do PPE, sem esses 10 deputados, fica reduzido a… 160! Em segundo! O Armagedão!!!!

É óbvio que estamos a elaborar sobre cenários, mais ou menos plausíveis, mas uma coisa é certa: se houvesse a mais remota hipótese de tal se verificar, imediatamente o PPE seduziria a Senhora Meloni a ingressar nele, recuperando assim facilmente a posição de liderança (pode eleger 24 deputados). O PPE regressava ao primeiro lugar com 184. O novo Partido descia para 142. Os Socialistas voltavam para segundo. 

Que susto! Mas pronto, já passou!  Durmam descansados: quase tudo como dantes! Quase, porque para a esquerda e extrema-esquerda, Georgia Meloni deixaria de ser pós-fascista! Os milagres que os números fazem!