Querida avó,

Que dias intensos estes que vivemos em Trás-os-Montes!
Enquanto em Lisboa se vivia a loucura com os dois espetáculos da Taylor Swift, que deixaram o Estádio do Benfica “a rebentar pelas costuras”, o Município de Bragança, e as suas Freguesias, uniam-se para celebrar os teus 45 anos de obra literária. 

Com tantas atividades, pouco tempo sobrou para (re)visitar a cidade. Ainda assim, sempre que possível, consegui algum tempo para fazer um roteiro, demasiado rápido, por Bragança.

Este é daqueles lugares imperdíveis que vamos adiando com a desculpa da distância. Lembro-me de ser jovem e ouvir, ininterruptamente, a canção Para ti Maria dos Xutos & Pontapés: «De Bragança a Lisboa; São 9 horas de distância».

Hoje, Bragança já não fica a 9 horas de distância. No entanto, como não temos “autopistas” grátis como os “nuestros hermanos” acaba por ser uma viagem que tem que ser pensada.

Do longe se faz perto e vale, muito, a pena ir à descoberta deste enorme potencial turístico, situado no Nordeste de Portugal.

Dizem que a região tem «9 meses de inverno e 3 de inferno». Nós tivemos sorte pois a temperatura estava bastamente agradável.

No centro histórico, a maioria dos locais estão localizados a pouca distância uns dos outros. No meu caso, como a tua exposição está no Centro Cultural Adriano Moreira, que se situa no centro da cidade, fiz as minha visitas todas a pé. Comecei pela Praça da Sé, visitei a Sé Velha, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Museu do Abade Baçal, o lindíssimo Castelo de Bragança, o Museu Militar de Bragança e, como não podia deixar de ser, visitei o Museu Ibérico da Máscara e do Traje.

Juntamente com a Fernanda Silva, a Vice-Presidente da Câmara, temos muito para fazer para dar a conhecer o que de melhor se faz com os transmontanos.

Bjs 

Nem sei quem é essa que esgotou o Estádio do Benfica!
A mim, só me interessa recordar o belíssimo acolhimento transmontano.
Ainda bem que convenceste a tua avó a ir a Bragança, logo eu que muitas vezes acho “longe” ir da Ericeira a Mafra, imagina.

Realmente, o trabalho que foi feito pela Fernanda Silva, e por toda a equipa que desenvolveu o “Festival Literário de Bragança” foi muito bom.

Gostei imenso! A exposição ficou lindíssima. Adorei estar à conversa com os alunos e os professores que foram visitar a exposição.

No entanto, jamais irei esquecer a forma como a Freguesia de Rebordãos nos recebeu. Já para não falar do divertido Presidente da Junta, tão peculiar. O trabalho desenvolvido pelos professores, e restante comunidade da freguesia, deixou-nos boquiabertos. Como bem sabes, com esta idade, já fico surpreendida com pouco!

Ficarei eternamente grata pelo trabalho, inspirado no nosso livro Diário da Avó e do Neto. Lindíssimo!

Foi muito bom ver uma realidade diferente de outros centros urbanos, em que a ligação intergeracional entre avós e netos é muito “mais saudável”.

Já pensaste em homenagear o Ruy de Carvalho em Bragança? Como bem sabes, foi Presidente do Conselho Nacional para a Política da Terceira Idade. Como tal, juntos têm muito para fazer pelos velhos transmontanos.

Uma vez que visitaste o centro, quando voltares a Bragança não deixes de visitar os arredores. Visita a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, o Parque Natural do Montesinho, o Rio de Onor e muito mais.

Já ouviste falar da “Rota da Castanha”? Se não tiver muito calor já tens muito para te entreter.

Todos devíamos conhecer melhor o nosso país!

Enquanto te escrevo esta carta, olho para o meu Presépio com os Caretos, que se irá juntar â minha, longa, coleção.

Bjs