Milhares de jovens encontram-se, esta terça-feira, a manifestar-se, em Paris, contra o crescimento da extrema-direita e os resultados das eleições europeias, que deram vitória à União Nacional (RN), em França.
Emma, de 24 anos, uma das manifestantes, citada pela Lusa, admita que: “Estou aqui hoje [segunda-feira] porque quando vi o resultado das eleições de ontem [domingo] e tudo o que se seguiu, com a dissolução da Assembleia, senti-me muito zangada”.
Foi pelas 20h00 locais (19h00 em Lisboa), que milhares de jovens se juntaram na Place de la République, para protestarem e para, como explica Emma, demonstrar que “os jovens são muito politizados” e “querem melhorar o estado do planeta, compreendem que vão ter de lidar com a imigração, que vão ter de aceitar as pessoas, e que aceitar a extrema-direita não vai ajudar o futuro do planeta”.
“Na geração dos meus pais e avós, há um certo cansaço e talvez uma visão das coisas que faz com que já não acreditem muito nelas e por isso não votam, mas é uma visão das coisas que não é bem aceite pelos jovens”, defendeu.
O protesto foi convocado, nas redes sociais, por organizações juvenis como a União Estundatil Jovens Ecologistas e Jovens Insubmissos, e tem como lema “Os jovens estão-se nas tintas para a Frente Nacional” .
“Hoje estou na rua porque a Frente Nacional ganhou as últimas eleições europeias”, conta Camille, de 22 anos, citada pela agência Lusa, acrescentando que “não é normal que o movimento fascista cresça tanto, seja na Europa ou na França” sendo importante “mostrar que podemos ser um grande movimento de jovens a lutar contra”.
Os jovens, que se encontravam no protesto, e que entoavam gritos como, “o mundo todo detesta Bardella”, “Paris Paris Antifa”, “Que se lixe a Frente Nacional” e “Palestina livre”, querem “dizer um grande não à extrema-direita” e fazer uma “boa oposição ao fascismo”.
A polícia acabou por ser destacada para o local, para condicionar o trânsito, e para que os manifestantes pudessem circular sem incidentes, sendo que muitos dos condutores. que passavam pela praça, acabavam também a juntar-se ao protesto, ao buzinar em forma de apoio.
Depois dos resultados das Eleições Europeias, o Presidente francês, Emmanuel Macron, dissolveu o parlamento e convocou eleições legislativas antecipadas para 30 de junho, decorrendo a segunda volta a 7 de julho.
A RN venceu, de forma destacada, as europeias com com 31,37% dos votos, elegendo 30 dos 81 eurodeputados pela França, enquanto a coligação do partido do Presidente francês (Renascimento) obteve 14,6%, garantindo 13 lugares no Parlamento Europeu.