A Organização Não-Governamental (ONG), SOS Racismo, considerou, esta sexta-feira, que o resultados das Eleições Europeias representa um retrocesso democrático e humanitário, sendo que vários países da União Europeia (UE) estão nas mãos da extrema-direita.
Numa nota, divuglada esta sexta-feira, a entidade explica que: “A representação do bloco da extrema-direita e da direita radical, conservadora e populista aumentou significativamente, o que lhe permite influenciar o discurso e forçar a imposição das suas políticas, ao mesmo tempo que garante mais financiamento para o seu projeto securitário, conservador e autoritário, de restrição de direitos e liberdades – sobretudo das mulheres, minorias e imigrantes”.
A ONG entende que o projeto da extrema-direita, está “assente numa ideologia de supremacia eurocêntrica, que promove e convive com preconceitos raciais e xenófobos, a propagação do ódio, a conflitualidade entre grupos sociais e que tem, como consequência, a destruição da democracia”.
A SOS Racismo sublinhou que, de forma transversal, muitos dos partidos conservadores o sociais-democratas têm vindo, consecutivamente, a assumir propostas da agenda da extrema-direita.
A título de exemplo, a organização abora a situação portuguesa onde “em plena campanha eleitoral para as eleições europeias, o Governo apresentou o Plano de Ação para as Migrações, tirando partido da intensificação de uma narrativa que criminaliza a imigração e as pessoas imigrantes e as transforma num problema de segurança e criminalidade”.
A ONG observa a realidade atual e reconhece que se “aproxima fantasmagoricamente das circunstâncias que, nos anos 30 do século XX, edificaram o fascismo e o nazismo”.
“O SOS Racismo, em conjunto com as demais associações, nacionais e internacionais, de defesa dos direitos humanos, compromete-se com a defesa dos direitos das pessoas mais vulneráveis e no combate à extrema-direita e ao seu projeto de ódio”, acrescenta a organização na nota.