Tem uns grandes olhos azuis safira. Uma voz calma que embala e inspira. Fugiu da censura, cantou músicas repletas de metáforas, usou pseudónimos e até se autoexilou.
«As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem», afirmava. Conseguiu, através da sua coragem, desbravar caminho no universo das artes e tornar-se um dos maiores nomes da música brasileira, com obras na música, na literatura e no teatro.
Com uma carreira de 58 anos, segundo consta no seu site oficial, as suas músicas foram gravadas em mais de 40 álbuns, entre projetos a solo, parceria com outros artistas, interpretações de outros músicos dos seus trabalhos e gravações e coletâneas ao vivo.
Chico Buarque chegou aos 80 anos na quarta-feira. No mesmo dia, a Companhia das Letras, chancela da Penguin Random House, anunciou a publicação em setembro do seu novo romance, Bambino a Roma.
O compositor foi distinguido com o Prémio Camões em 2019. Só o recebeu três anos depois, com os Presidentes Marcelo Rebelo de Sousa e Lula da Silva na primeira linha.
Recorde-se que Jair Bolsonaro recusou-se a assinar a documentação necessária para que o artista pudesse receber aquele prémio literário.