DORTMUND – O rapaz é trapalhão e tem um vespeiro de azar a toda a volta. Se fosse um boneco animado andava com aquela nuvenzinha de chuva sobre a cabeça. Tem 24 anos – nasceu no dia 29 de Janeiro de 2000 – e um metro e noventa de altura, assim mesmo por extenso, e chama-se Robin Hranac. Convenhamos, um tipo com uma metro e noventa já não tem altura, tem altitude. Se a Chéquia está no último lugar do grupo neste Europeu, a ele sobretudo o deve. Contra Portugal foi o pai da derrota com um autogolo e, no final, deixando a bola passar-lhe por entre as pernas para o golo de Francisco Conceição. Hoje, frente à Geórgia, esticou o braço em cima do intervalo e cometeu o penalti que pôs o adversário em vantagem. É jogador Viktoria Plzen (esta época cumpriu 53 jogos na Liga Checa e marcou dois golos, neste caso a favor) vindo de um empréstimo ao Pardubice. Acabou de completar cinco internacionalizações e, dizem os entendidos, tem um valor de mercado de onze milhões de euros – nota para algum clube português que esteja interessado. É claro que, diz o lugar comum, nenhuma derrota se pode atribuir a um jogador só, mas o pobre Robin está, como cantaria o meu querido Rui Veloso, abaixo do tapete e afundado no serrim. Enfim, para consolo do moço, que leia Kierkegaard, o poeta dinamarquês que disse uma vez: «O maior azar da vida é não arriscar nada». Ou se calhar é por arriscar demais de Robin é tão canhestro.
Robin Hranac – Coveiro checo
O rapaz atrai a má sorte. Está, como cantaria o Rui Veloso, abaixo do tapete e afundado no serrim