O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) alerta para a falta de dadores e a adianta que o tempo médio de espera para tratamentos de fertilidade no Serviço Nacional de Saúde é de três anos e meio.
“Um casal heterossexual, um casal de mulheres ou uma mulher sem parceiro masculino precisa necessariamente de gâmetas para fazer um tratamento e há também muitos casais heterossexuais que precisam de gâmetas, quer masculinos [espermatozoides], quer femininos [óvulos], para fazerem os seus tratamentos”, disse a presidente do CNPMA, Carla Rodrigues, em declarações à agência Lusa.
“Estas pessoas estão sujeitas a uma lista de espera de três anos e meio”, afirmou a responsável, alertando para o facto de alertou de muitas mulheres atingirem a idade limite enquanto esperam pelo processo da procriação medicamente assistida no SNS.
Carla Rodrigues deu o exemplo de uma mulher que se inscreva dentro da idade de acesso, mas que está em lista de espera há dois anos e que “apenas não foi tratada porque não há gâmetas disponíveis”, chegando aos 40 anos é imediatamente excluída, “por razões que são imputáveis ao próprio Serviço Nacional de Saúde que não teve capacidade de resposta”, lamentou.
“São direitos fundamentais que estão a ser negados às pessoas”, disse, defendendo que nestes casos deveria ser possível um alargamento do limite de idade.
Outra das dificuldades é o a falta de doações no SNS, sobretudo de homens, cuja compensação “é francamente baixa” e, na opinião de Carla Rodrigues, devia ser repensada e revista, porque pode não ser suficiente para as despesas que o dador tem de realizar em deslocações e a perda de rendimentos por ter, eventualmente, que faltar ao trabalho para fazer a sua doação.
A responsável sublinhou ainda que é necessária uma campanha de informação e esclarecimento junto da população, sobretudo dos jovens, e que a DGS deve analisar o que está a passar-se e tomar algumas medidas.