O atentado contra a vida de Donald Trump este sábado foi uma “falha” de segurança que “não pode acontecer”. A afirmação foi feita pelo secretário da Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas. “Vamos analisar, através de uma investigação independente, como é que aconteceu e porque é que aconteceu, e vamos fazer recomendações e conclusões para garantir que não volta a acontecer. Não podia ser mais claro”, disse.
Esta garantia surgiu depois de ter sido revelado que o edifício usado pelo atirador não teria sido revistado pelo serviço secreto dos EUA, segundo a CNN Internacional. A supervisão do edifício seria responsabilidade de uma equipa local de contra-snipers. Esta é mais uma falha a juntar ao facto de ter sido possível estar alguém com uma espingarda junto do candidato presidencial, o que levou o fundador da Tesla a dizer que se tratou de de “incompetência extrema ou foi deliberado”. E acrescentou: “De qualquer das formas, a liderança do serviço secreto deve demitir-se”.
A diretora do serviço secreto, Kimberly Cheatle, revelou, entretanto, que a agência que lidera vai cooperar a 100% com a investigação independente à segurança no comício, assegurando ainda que os agentes atuaram “rapidamente” durante o ataque. Já em relação à convenção nacional republicana, que começou esta segunda-feira em Milwaukee, e para o resto da campanha de Trump foi admitido que foram reforçadas as medidas de segurança.
Ainda esta segunda-feira, o ex-presidente considerou que foi “uma experiência muito surreal”, afirmando: “devia estar morto”. E disse ainda que, quando os agentes dos serviços secretos o retiraram do palco, quis continuar a falar com os apoiantes, mas foi-lhe dito que não era seguro e que tinha de ser levado para um hospital.
Ao jornal Washington Examiner, Trump afirmou que reescreveu o discurso para a convenção, não só para abordar como também a defender a unidade do país. “Esta é uma oportunidade para unir todo o país, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito diferente, muito diferente do que teria sido há dois dias”.
É certo que depois desta tentativa viu o seu processo relacionado com os documentos confidenciais retirados da Casa Branca ter sido anulado pela juíza Aileen Cannon. Recorde-se que, Trump tornou-se o primeiro ex-presidente na história norte-americana a ser acusado criminalmente, a 31 de maio, num caso em Nova Iorque no qual é acusado de falsificar documentos comerciais durante a campanha de 2016 para encobrir um alegado caso com a atriz pornográfica Stormy Daniels.