A Igreja em que vivemos é, de certa forma, um espelho do mundo em que todos, todos, todos… nós vivemos! O sistema de pensamento inclusivo, que exclui quase todos até não ficar ninguém, é uma herança do marxismo e não nos podemos iludir quanto a ele.
O marxismo desenvolve a ideia de luta de classes para que não haja dominado e dominador… É uma espécie de evangelho dos pobres que rejeita a ideia de um messias libertador, porque o próprio marxismo é, ele mesmo, um espaço messiânico por excelência.
O grande mal deste sistema está logo no seu princípio! O marxismo não pretende elevar a condição humana, mas rebaixar a classe dos abastados. Aqui não há lugar para o mérito, mas há, apenas, lugar para os pobres… porque, temos de o dizer, o marxismo é um projeto que produz ainda mais pobres…
Os princípios do marxismo, cem anos depois de terem sido criados, mostraram o seu insucesso: os países onde foram aplicados geraram mais pobres ainda e a vida desses povos são hoje uma miséria. Pensemos na União Soviética ou em Cuba, nos países da América Latina ou em alguns países asiáticos. A verdade seja dita… ficou tudo tão pobre, que agora já não há luta de classes, porque os ricos fugiram para não serem explorados…
Uma vez votado ao insucesso na luta de classes, o marxismo infestou a sociedade de luta de género – os feminismos e os machismos deste mundo. Afinal, agora já não são os ricos que exploram os pobres, mas os homens que exploram as mulheres…
Estas duas intuições que colocam em evidencia das injustiças existentes entre ricos e pobres, entre homens e mulheres, é uma intuição verdadeira e real… Há de facto muitos ricos que vivem à custa dos pobres e muitos homens que escravizam as mulheres.
O grande erro está na exclusão que fazem das outras partes… isto é, em vez de capacitarem os pobres para chegarem a rico, excomungam os ricos para ficarem como os pobres. Em vez de darem às mulheres as condições necessárias para poderem ter os mesmos direitos dos homens, perseguem os homens com um chicote denunciando neles o que é notório e inventado o que não existe.
Este mesmo vírus que pretende não elevar os fracos, mas rebaixar os ricos… metendo-os, assim, justamente, no mesmo plano, excluindo, então, os ricos do sistema social, que está a dominar a Igreja Católica.
Tal como o mundo já não é para todos, todos, todos… parece que a Igreja de todos, todos, todos, se está a tornar numa Igreja apenas de alguns… O desejo missionário de chegar a todos, está a excluir do todo a parte que não interessa a alguns…
Não é sem dor que vejo a Igreja da última década levantar mais excomunhões e perseguições do que aquelas havidas na década anterior. O Papa Bento XVI procurou integrar na Igreja pessoas com ideias diferentes e com hábitos culturais específicos: procurou integrar lefebverianos e anglicanos, católicos chineses e católicos patrióticos.
Nos últimos meses, a Congregação para a Doutrina da Fé emanou, surpreendentemente, várias excomunhões contra alguns insurrectos que não concordavam com as posições neocatólicas. É espantoso que a Igreja Conservadora tenha feito Motus Proprios para integrar a diversidade no todo, respeitando, assim, essa mesma diversidade, e a Igreja do todos, todos, todos… esteja a excluir a própria diversidade no seio da própria Igreja.
O marxismo, enquanto ideologia, quando penetra nas sociedades, quaisquer que elas seja… produz isto: exclui mais do que inclui…