Portugal e a União Europeia (UE) precisam adotar medidas mais rigorosas, pois, neste momento, o eleitorado não está a ser ouvido pelos governantes. Uma pesquisa da BVA Xsight para o El País revela um consenso entre os cidadãos da UE: a maioria considera que seus países estão a receber imigrantes em excesso. Isto destaca a necessidade urgente de reavaliar as políticas de imigração para melhor gerir o fluxo migratório e responder às preocupações dos cidadãos europeus.
A relação entre imigração e riscos de segurança é significativa. Segundo o Ministério do Interior do Reino Unido (2019), muitas nacionalidades envolvidas em crimes de terrorismo entre 2002 e 2021 eram de países como Iraque, Paquistão, Irão, Afeganistão, Turquia e Somália, que também estão entre as principais nacionalidades que tentam entrar ilegalmente no Reino Unido. Essa correlação sublinha a importância de implementar controlos de imigração mais rigorosos para mitigar ameaças à segurança. Já a pesquisa de Brian Bell e colegas (2013) indica que a onda de requerentes de asilo no final da década de 1990 levou a um aumento modesto, mas notório, da criminalidade contra a propriedade, enquanto a chegada de trabalhadores da Europa de Leste após 2004 resultou numa ligeira redução dessa criminalidade. Tal sugere que o tipo de imigrantes e suas origens desempenham um papel significativo na segurança da sociedade onde se inserem, reforçando a necessidade de um sistema de imigraçãro seletivo.
Ao contrário de Portugal, o Governo dinamarquês produz estatísticas sobre a nacionalidade dos criminosos. Assim, a Dinamarca registou taxas de criminalidade entre cidadãos nascidos no estrangeiro, revelando que imigrantes do Japão, EUA, Austrália, Áustria, Argentina e Índia têm taxas de condenação mais baixas do que os dinamarqueses, enquanto imigrantes de Kuwait, Tunísia, Somália, Líbano, Jordânia, Uganda, Argélia e Marrocos têm taxas mais elevadas de crimes violentos (Hymas, 2024).
Já a pesquisa de Skardhamar, Aaltonen e Lehti (2014) apurou que imigrantes da África e Irão têm taxas de furto semelhantes na Dinamarca e Finlândia, enquanto somalis e iraquianos têm taxas comparáveis, quanto aos crimes violentos. Por outro lado, imigrantes das Filipinas e China têm taxas de criminalidade mais baixas, mesmo com rendimentos médios inferiores, e quando comparado com os nacionais do próprio estado de acolhimento.
Para resolver estas questões, a UE tem que implementar um sistema de imigração baseado em pontos, como o da Austrália, de modo a que os países selecionem, de forma mensurável, imigrantes de qualidade com base em competências, educação e proficiência linguística, assegurando que apenas os indivíduos que possam contribuir positivamente para a sociedade tenham acesso aos Estados-Membros. Políticas de deportação rigorosas devem ser aplicadas para aqueles que violam as leis ou não se integram.
Além do mais, a aculturação é crucial para uma integração bem-sucedida. O princípio ‘Em Roma, sê romano’ (si fueris Rōmae, Rōmānō vīvitō mōre; si fueris alibī, vīvitō sīcut ibī), juntamente com o fim da dupla cidadania devem orientar as políticas de imigração, obrigando os imigrantes a aprender a língua oficial, a estudar a história, a compreender e respeitar na plenitude as normas culturais e a participar ativamente na comunidade do país.
Só assim, com este tipo de medidas, Portugal e a Europa podem criar um futuro mais seguro, harmonioso e próspero para todos os seus cidadãos, sob pena da decadência da civilização ocidental na União Europeia.