Após a DGS empregar o «pessoas que menstruam» (também criticado por deputados do PSD ), a ministra da Juventude e Modernização veio defendê-lo a todo o custo.
Como é evidente, já não há esquerda/direita. Resta uma baba wokista que em nome de uma suposta inclusão asfixia o universalismo, tanto que se pretende o extermínio das mulheres do espaço público – seja no desporto, na beleza ou seja no vocabulário oficial. Para esse efeito, importa começar por matar a palavra Mulher. Heidegger dizia que «A linguagem é a casa do ser» e há mesmo essa identificação ontológica entre ser e linguagem. Por isso, visam substituir pai e mãe por progenitor; grávida por gestante; masculino/ feminino por sexo designado, etc.. Nas universidades anglo-saxónicas – manjedouras deste ideário – a obsessão pela palavra ‘Woman’ é tal que já foi substituída por womyn, wimmin e womxn.
Já agora, também podia vir o ‘pessoa que ejacula’, ‘pessoas que engravidam’, serviços de saúde sexual e reprodutiva para ‘Pessoas com Útero’ e ‘Pessoas com Próstata’.
Certo é que urge desmontar a mistificação em torno desta dogma da linguagem neutra. A fala nunca é água insípida, incolor e inodora e não é preciso ser um especialista em Psicolinguística ou biolinguística para o entender. Muito menos a relativa à sexualidade e à afetividade. Apesar disso, e ao contrário do que berra a religião woke, as palavras têm menos carga ideológica quanto mais se aproximam da verdade biológica, dos factos (tal como propunha Hannah Arendt).E ficam super-carregadas ideologicamente sempre que se afastam dos dados científicos/naturais.
Vejamos um exemplo. No patriarcado 2.0, também se defende que a palavra ‘mãe’ deve ser substituída por ‘pessoa lactante’. Acontece que esse som e suas variações são quase globais. Anama é como se diz em
esquimó. Maa na Índia . Māma
( 妈 妈 / 媽 媽 ) é chinesa, Mãdar é persa, Moeder sul-africana, Ama é basco, Mana é grego, Manman é crioulo haitiano, Majka é macedónio, Mamma é norueguês, Mama russo, Mati ucraniano, Muter é Yiddish. Algo de semelhante acontece com a palavra Pai. Diferentes razões explicam esta coincidência, mas mora aqui a sobrevivência da espécie humana. O som mais fácil para um bebé é o A que não requer qualquer movimento da língua/lábios. Mais. M é a consoante labial que, inadvertidamente, surge quando o bebé está a mamar: um ligeiro murmúrio nasal, o fonema produzido pelos lábios pressionados contra o mamilo/tetina e a boca cheia. Assim, quando o bebé tem fome repete este som antecipando o que precisa. Chama-se mesmo sinal antecipatório. Alias, a atividade cerebral do bebé dispara quando escuta os sons ‘Ma’ e ‘Pa’ e hoje sabe-se que os recém-nascidos já estão pré-programados para reconhecer esse tipos de sílaba.
Ou seja, ‘pessoa lactante’ é ideológico enquanto Mãe ou Pai é a evolução de milhões de anos do homo sapiens sapiens.
A apregoada neutralidade do linguajar wokista encera uma agenda tóxica que visa, sobretudo, controlar a linguagem sobre a nossa sexualidade/afetividade. Isto é, dominar o nervo da mente humana. Ou melhor – destruí-lo. É, sobretudo, anti-pessoa.