Itália. Capitão do «Bayesian» sob investigação

James Cutfield é suspeito dos presumíveis crimes de naufrágio e homicídio múltiplo por negligência

O capitão do iate de luxo que naufragou há uma semana ao largo da ilha italiana da Sicília está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeita de homicídio involuntário múltiplo.

Segundo a comunicação social italiana, os procuradores de Termini Imerese, localidade situada na área metropolitana de Palermo, no norte da ilha, anunciaram no fim de semana que estavam a investigar potenciais crimes de “naufrágio involuntário e homicídio negligente múltiplo” na sequência do naufrágio do «Bayesian».

A imprensa italiana adianta esta segunda-feira que, após ter sido novamente ouvido no domingo pelas autoridades locais, durante cerca de duas horas, o capitão James Cutfield é suspeito dos presumíveis crimes de naufrágio e homicídio múltiplo por negligência, podendo outros membros da tripulação ser envolvidos na investigação.

Os seis passageiros convidados do magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, uma das sete vítimas mortais do desastre, que sobreviveram regressaram domingo a Londres, os nove membros da tripulação do «Bayesian» permanecem na Sicília, num hotel nas imediações de Porticello.

Entre as questões que o Ministério Público quer esclarecer — e que diz só ser possível após os escombros da embarcação serem recuperados do fundo do mar — está a demora de mais de meia-hora (32 minutos) entre o início do naufrágio e o disparo de um sinalizador de socorro desde um dos botes salva-vidas.

Outra é sobre o papel do membro da tripulação que se encontrava de serviço na ponte, que tinha nos ecrãs os últimos avisos meteorológicos e o botão para selar todas as portas e escotilhas do veleiro. Em investigação está se uma das portas laterais ficou aberta, permitindo a entrada de água.

As autoridades confirmaram que se vai proceder, entre terça e quinta-feira, às autópsias dos sete cadáveres recuperados na sequência do naufrágio por equipas de mergulhadores. James Cutfield foi um dos 15 sobreviventes do naufrágio do «Bayesian», que provocou a morte de sete passageiros.