Tudo começou a 17 de janeiro de 1931, em Arkabutla, no estado norte-americano do Mississípi. Nasceu James Earl Jones que, com uma carreira que se estenderia por mais de sete décadas, seria amplamente reconhecido como um dos maiores atores da sua geração, destacando-se tanto no teatro quanto no cinema e na televisão. Conhecido pela sua voz icónica e profunda, tornou-se uma figura lendária no entretenimento.
Mas recuemos no tempo. James Earl Jones superou uma infância difícil, marcada por uma gaguez severa que o impediu de falar confortavelmente até à adolescência. No entanto, um professor de inglês ajudou-o a superar os seus medos, incentivando-o a ler a sua própria poesia em voz alta. Jones encontrou igualmente no ofício de ator um caminho para enfrentar esse desafio, utilizando a voz como uma das principais ferramentas do seu trabalho. Após estudar artes dramáticas na Universidade do Michigan, começou a trilhar a sua carreira no teatro.
O sucesso nos palcos rendeu-lhe prémios importantes, incluindo o Tony Award em 1969 pela sua atuação na peça The Great White Hope, onde interpretou o boxeur Jack Johnson. Esse papel levou-o a uma adaptação cinematográfica em 1970, que lhe rendeu uma indicação ao Óscar de Melhor Ator.
No cinema, James Earl Jones é mundialmente conhecido por dar voz a duas personagens inesquecíveis: Darth Vader, na saga Star Wars, e Mufasa, no filme O Rei Leão (1994). A voz grave e inconfundível tornou-se uma marca registada, imortalizando essas personagens na cultura popular. Para além disso, Jones construiu uma carreira diversificada, com papéis em filmes como Campo dos Sonhos (1989), Caça ao Outubro Vermelho (1990), e Conan e os Bárbaros (1982). Também teve participações notáveis em séries de televisão e programas, destacando-se pelo talento dramático e pela presença em palco.
Foi sempre reconhecido pela sua imensa contribuição para a indústria cinematográfica, mas a saúde do artista não era a melhor e tal conduziu à sua morte. Numa entrevista de 2016 no programa de Rachael Ray, Jones revelou que fora diagnosticado com diabetes tipo 2 – doença de que a sua mãe também sofrera – na década de 90. O diagnóstico foi feito por acaso após ter adormecido num banco de ginásio, o que levou um médico a sugerir que fizesse exames.
Jones deixa o seu filho Flynn Earl Jones. A sua segunda mulher, a atriz Cecilia Hart, morreu de cancro do ovário em 2016.