PP sabe que Olivença é portuguesa. Sabe-o há séculos. E, ao contrário de todas as pessoas, a começar por qualquer comentador a sério, naturalmente que sabe o que são os oliventinos, e mais ainda, sabe o que sentem os oliventinos. E, apesar de não saber que os oliventinos votam nas eleições portuguesas, até sabe, do alto da sua tolice celestial, em que partido é que votam.
A sua cosmovisão é formada por tanto saber como aquele que o “enchia” nas estonteantes afirmações que fez sobre a necessidade de entregar Timor à Indonésia. As declarações de PP sobre Timor foram mais uma tontice. Acho que a palavra calha bem. Imagino os risos e os sorrisos que as declarações causaram e, só não foram mais graves porque em Timor, na Indonésia e em Portugal todos encolhem os ombros e ninguém lhe liga.
Não é que a indiferença perante tal mundividência consiga ascender ao alto da sua modéstia. Não consegue. PP é comentador sobre tudo. Noutros tempos comentar era exigente pois implicava conhecimento, leitura, recolha de informação, pensamento próprio e educação no trato. Os tempos já não são o que eram e hoje a qualidade já não é um critério, podendo os comentários ser feitos por qualquer mediocridade.
Por isso PP critica um CDS que não conhece. Diz que estava moribundo e que se vendeu por meia dúzia de lugares, o que até seria um bom negócio para um CDS que PP vê como estando a “dever anos à cova”. Mesmo com estes bons negócios, PP sabe que o CDS não tem salvação. 50 anos, governos nacionais e governos regionais, dezenas de câmaras e 1.600 autarcas por todo o país ou o parlamento da UE não bastam para zurzir a sua sapiência. Perante a sua dimensão celestial, é tudo gente tonta. E entre uma actuação para baixo de medíocre e uma sucessão de asneiras, PP vai expondo a sua etérea sabedoria.
PP é mais um, provavelmente o último, dos que ambicionam enterrar o CDS. Para esta sumidade, vedeta de TV, professor, historiador, filósofo, influencer e tudo o mais, os panfletos do PCP valem ouro e são uma história para preservar, os do CDS valem lixo e são uma história para enterrar.
E além de umas conversas de lugares-comuns, um acumular de panfletos e umas coisas em frente às câmaras, não há mais nada. Mas após tantos anos a “influenciar” é porque há mercado para o vazio da tontice. Quem a consome? Adolescentes, estrelas da TV, ex-MRPPs nunca reciclados, intelectualidade “comentadeira” e jornalistas que sonham com o “Verão quente”.
Esta citação da escrita de PP, de cariz autobiográfico e de um nível muito superior à lírica camoniana, diz tudo: “Ou seja, não é apenas um vazio puro, é um mar de vazio”.
Se algum dia PP conseguir perceber tanta tontice, votará CDS. Vota CDS, PP!
Coordenador do Gabinete Programático do CDS-PP