Cerca de 58% do território brasileiro enfrenta os efeitos daquela que é considerada a pior seca dos últimos 50 anos no país. A afirmação é da ministra do Ambiente do Brasil, Marina Silva.
Esta segunda-feira, num debate que antecedeu a reunião ministerial do grupo de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20, no Rio de Janeiro, Marina Silva acrescentou que a seca extrema que atinge várias regiões do país reduziu a profundidade para cerca de 70 centímetros em alguns rios – que chegam a 14 metros de profundidade – da Amazónia.
A situação não só deixou diversas áreas isoladas, mas também agravou a crise climática em diversas regiões.
Marina Silva explicou que essas condições favorecem a proliferação de incêndios florestais em grande parte do Brasil, que atingiram números inéditos em agosto e setembro.
Atualmente somam-se cerca de 930 fogos, em especial na Amazónia.
A ministra brasileira citou dados sobre a gravidade da crise climática para destacar a necessidade de preservar a natureza, que, afirmou, é a fonte económica mais importante do Brasil e de toda a América do Sul.
“Precisamos pensar e agir com urgência porque dependemos da natureza. Segundo dados do Fórum Económico Mundial, 50% do PIB [Produto Interno Bruto] mundial depende muito ou moderadamente da natureza. A região depende das chuvas na Amazónia”, disse Marina Silva, citada pela agência espanhola Efe.
A ministra brasileira considerou ser necessário que a sociedade compreenda que ecologia e economia fazem parte da mesma equação, porque o mundo utiliza a natureza para produzir bens materiais.