A direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) divulgou hoje que, após o furto de componentes de veículos, segue-se frequentemente o furto completo e, em alguns casos, o roubo de veículos. De acordo com o comunicado, “os veículos ligeiros de passageiros representam 71% do total de veículos furtados/roubados”.
A PSP explicou que “as viaturas furtadas e/ou roubadas, geralmente, têm como principal destino o desmantelamento para aproveitamento de peças, sendo crescente o registo de identificação de peças e componentes de viaturas furtadas em veículos recuperados/apreendidos”. No entanto, em relação ao crime de roubo de veículo, a polícia indicou que “o aumento tem sido residual, com exceção do ano de 2021, quando se atingiu um pico de 108 roubos”.
No que toca ao furto de componentes, a PSP sublinhou que “se nas décadas de 1990 e 2000 se circunscrevia aos autorrádios e a jantes, atualmente está mais consubstanciado aos volantes multifunções e às consolas centrais de determinadas marcas e modelos”. O método mais comum envolve “a quebra do vidro triangular traseiro, para acesso ao interior do veículo”, sendo os furtos motivados principalmente pela necessidade de substituição de volantes com airbags ativados, uma vez que “esse dispositivo não é isoladamente reparado ou substituído pelas marcas dos veículos”. Além disso, “verifica-se também uma grande procura de volantes mais desportivos, podendo o furto dos mesmos estar associado à intenção de valorização de outros veículos”.
Em 2023, a PSP identificou 501 suspeitos e deteve 132 cidadãos. Estes números representam “um aumento de 1,7% relativamente ao ano de 2022 e de 20,3% comparativamente a 2020”. Ao todo, a PSP registou 4.421 furtos de veículos motorizados, 77 roubos e três furtos de máquinas industriais ou agrícolas, num total de 4.501 ocorrências. Estes dados mostram “uma diminuição de 9,9% relativamente ao ano de 2022 e de 27,4% quando comparados com 2019”.
Quanto ao valor dos furtos e roubos de veículos motorizados e de máquinas industriais ou agrícolas, o total atingiu 28.701.200,48 euros, o que representa “uma diminuição de cerca de 9% comparativamente a 2022 e de 53,6% relativamente a 2019”.
A PSP destacou também que, após ações específicas de combate ao furto de catalisadores, “o número de ocorrências de furto deste componente diminuiu consideravelmente, não apresentando relevância criminal nos registos de 2023”.
Para prevenir este tipo de crime, a PSP aconselha a estacionar em locais “bem visíveis, iluminados, fechados e trancados”, evitando deixar objetos de valor ou documentos no interior do veículo. Caso seja vítima, a polícia recomenda que se dirija “à esquadra da PSP mais próxima e formalize a denúncia”.