O Prémio Nobel da Economia foi atribuído, esta segunda-feira, a Daron Acemoglu, Simon Johnson (ambos do MIT – Massachusetts Institute of Technology, EUA) e James A. Robinson (da Universidade de Chicago).
“Os laureados deste ano em Ciências Económicas – Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson – demonstraram a importância das instituições sociais para a prosperidade de um país. As sociedades com um Estado de Direito deficiente e as instituições que exploram a população não geram crescimento nem mudanças para melhor. A investigação dos laureados ajuda-nos a compreender porquê”, lê-se no comunicado da Real Academia Sueca de Ciências.
Francesco Franco, professor da Nova SBE, relembra que Acemoglu, Johnson e Robinson “têm defendido a ideia de que a qualidade das instituições políticas e económicas é a principal causa da prosperidade dos países”.
Ao nosso jornal, o professor adianta que “a sua ideia central é que não importa em que continente ou latitude uma sociedade está localizada, é o desenho das suas instituições que irá definir se essa sociedade prosperará”, acrescentando que “a natureza das instituições faz toda a diferença, em escolhas que podem ser tão gerais como democracia versus autocracia, e mais específicas, como a dominância, ou não, do que chamam de “instituições extractivas” (que servem para beneficiar poucos, em detrimento da maioria da população)”.
Francesco Franco diz ainda que “o aspeto notável é como estes autores têm abordado esta questão cientificamente, usando uma abordagem inovadora e inteligente para a análise de dados históricos” e que “combinam rigor conceptual com análise de dados de uma forma que avança o nosso conhecimento”.
O professor da Nova SBE dá ainda uma palavra final sobre Acemoglu: “É provavelmente um dos últimos economistas universais, contribuindo de forma decisiva para muitos campos da disciplina”, destacando que, mais recentemente, “tem contribuído para uma melhor compreensão dos efeitos da automação e da IA no mercado de trabalho”.
Este é o último dos Prémios Nobel deste ano, depois de na sexta-feira ter sido atribuído o Prémio Nobel da Paz, à organização japonesa Nihon Hidankyo; na quinta-feira o da Literatura, à sul-coreana Han Kangna; na quarta-feira o da Química, a David Baker, Demis Hassabis e John Jumper; na terça-feira o da Física, a John J. Hopfield e a Geoffrey E. Hinton; e na segunda-feira o da Medicina, a Victor Ambros e Gary Ruvkun.
Os laureados com o Nobel recebem um prémio pecuniário de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente 968 mil euros) a dividir entre os premiados.