A PSP diz estarem reunidas as condições de segurança para a realização das duas manifestações previstas para sábado no âmbito do caso Odair Moniz. Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a polícia faz também o balanço dos incidentes desta última semana relacionados com a situação.
“Atendendo às características físicas e sociais dos espaços comunicados para as concentrações e respetivos desfiles, a PSP entende que embora exista algum risco para a ordem e segurança públicas relativamente ao horário das iniciativas ser coincidente, estão reunidas as condições de segurança necessárias para a realização dos eventos”, lê-se no comunicado.
Depois de receber a comunicação das manifestações agendadas para 26 de outubro – uma organizada pelo Vida Justa e outra promovida pelo Chega – “ iniciativas essas com posicionamentos ideológicos antagónicos” e depois efetuada análise de risco, a PSP “empenha-se em conciliar as duas manifestações, harmonizando as intenções e desígnios de ambos os promotores, adaptando o seu dispositivo para dar resposta positiva ao exercício do direito de manifestação por parte dos cidadãos”.
A polícia refere que “ entretanto, teve conhecimento, através dos OCS, que a iniciativa promovida pelo movimento Vida Justa teria alterado o percurso do desfile e o terminus do mesmo, por sua livre iniciativa e sem esperar pelo parecer da PSP”.
O comunicado esclarece ainda que a polícia “continua a recolher informação e a acompanhar os desenvolvimentos referentes às iniciativas agendadas” de forma a “avaliar os potenciais riscos associados às iniciativas e planear a operação policial mais adequada e ajustada às necessidades de segurança de todos os intervenientes e de terceiros”, garantindo “o exercício do direito de manifestação por parte dos cidadãos que integrarem estas ações em diversos locais desta cidade”.
A PSP faz ainda saber que “irá condicionar” diversas artérias da cidade de Lisboa, nomeadamenete a Praça do Marquês Pombal; Avenida da Liberdade; Praça dos Restauradores; Avenida Braamcamp; Avenida Alexandre Herculano; Rua de São Bento; Praça do Município; Rua do Arsenal; Rua do Comércio; Rua Nova do Almada; Rua Garrett; Praça Luís Camões; Calçada do Combro e Rua Dom Carlos I.
O comunicado salienta ainda que a polícia “não tolerará os atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade”.
No balanço da última semana, o comunicado refere que desde “21 de outubro de 2024, a Polícia de Segurança Pública (PSP) tem registado várias ocorrências de desordem e de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente em caixotes do lixo), essencialmente na Área Metropolitana de Lisboa” nomeadamente nos “concelhos de Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Oeiras, Seixal, Setúbal e Sintra, tendo sido registada ainda uma ocorrência de incêndio num ecoponto na cidade de Leiria”.
A nota contabiliza 21 suspeitos detidos e 19 suspeitos identificados, dois polícias feridos (apedrejados), cinco cidadãos feridos (esfaqueados, queimados) e um mesmo número de viaturas policiais danificadas (baleadas, incendiadas, apedrejadas).
Há ainda o resgisto de um atentado contra Esquadra da PSP (arremesso de engenhos pirotécnicos), autocarros danificados (4 incendiados, 1 apedrejado), 16 veículos ligeiros incendiados e dois motociclos incendiados.