Um incidente extraordinário ocorreu em Outeiro do Louriçal, onde um homem de 81 anos foi, de forma errada, declarado morto pelo Hospital de Santo André, em Leiria. A notícia do óbito foi comunicada à família, que imediatamente começou a organizar as cerimónias fúnebres.
De acordo com o Diário de Coimbra, a situação levou à marcação do funeral, que foi amplamente divulgado antes que a família descobrisse que o idoso estava, na verdade, vivo. A própria agência funerária, Rolo & Ferreira, confirmou o erro numa publicação nas redes sociais: “Em virtude de erro, por parte do hospital, que comunicou à família do Sr. José Marques da Cruz, o seu falecimento, o qual felizmente não ocorreu, informamos que as cerimónias anteriormente divulgadas foram canceladas”.
José Elísio Santos, proprietário da funerária, detalhou ao Diário de Coimbra que, na manhã de sexta-feira, um médico contactou a família para informar sobre a morte do homem. Apesar de tentar agendar o levantamento do corpo através de telefone e e-mail, o hospital não respondeu. Dois funcionários da funerária, então, foram pessoalmente à unidade hospitalar para realizar a retirada do corpo. “Foi-nos dito que ainda não tinham o corpo por falta de pessoal e que não tínhamos guia de transporte, e que o corpo não estava sequer na morgue, mas sim na urgência”, relatou.
Segundo ele, os funcionários foram informados de que o corpo lhes poderia ser entregue na manhã de sábado. O erro do hospital só foi notificado por volta das 22h.
A Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL) negou que houvesse erro na comunicação e afirmou que “não foi efetuado nenhum contacto telefónico com a informação de óbito do utente em questão”. O hospital esclareceu que o único contacto realizado com a esposa do doente aconteceu na quinta-feira e abordou o estado clínico do homem, que tinha “um prognóstico reservado”.
O homem continua sob vigilância médica no Hospital de Santo André. No entanto, este não é um caso inédito. Em 2021, por exemplo, um doente foi dado como morto depois de uma troca de identidade no Hospital de Oliveira de Azeméis. Foi mesmo realizado um funeral em memória do homem, de 92 anos. Por outro lado, em 2017, a família de um homem de 51 anos que estava internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, foi informada da morte do seu familiar. Deslocaram-se de Vila Viçosa, de onde a vítima é natural, depois de terem dado início a todo o processo para a realização do funeral. No entanto, já no hospital, a irmã foi informada de que afinal o seu irmão estava vivo e que tudo não tinha passado de um erro do hospital.