Temos assistido a um declínio, deterioração, falta de vergonha absurda que é constantemente atribuída a todas nós, mulheres. Desde o caso de Gisèle Pelicot, ao grupo português de Telegram em que indivíduos partilham fotografias não consentidas das suas mulheres e das suas filhas, penso que no fundo da lama, só está mesmo esta gente altamente perturbada, de uma maldade sem precedentes e que ainda vive num paraíso para cometer tais crimes e práticas no nosso país. Como se tudo isto não fosse suficiente, ainda temos conhecidos da nossa praça que utilizam o poder que obtém de estatutos em nome da sua ‘arte’ para violar, assediar e importunar mulheres e crianças menores de idade. No entanto, existe uma diferença fundamental. Não sei se pela coragem de uma, que se pega a todas mas porque finalmente existe a percepção que apenas unidas conseguimos mudar este panorama tóxico de sermos reféns de tal audácia nojenta a que somos expostas, decidimos que não iríamos mais tolerar estas ordens de silêncios, este sufoco de abusos, onde todos se protegem e encobrem porque não existe apenas um tarado ou um psicopata, na verdade existem bastantes. No entanto, também chegámos à conclusão que não existe apenas uma mulher corajosa, uma mulher com voz e que todas juntas somos muito mais poderosas. Não só somos mais relevantes mas sabemos que a força advém de todas nós já termos sido vítimas de algum tipo de abuso e termos sobrevivido para contar a história! A verdade é que não toleramos nem mais uma mulher silenciada. Os nossos corpos e a nossa mente são o nosso próprio santuário e quem quiser algum tipo de interação com o mesmo vai ter sempre de pedir PERMISSÃO e esperar pelo nosso único e absoluto CONSENTIMENTO!
Estamos e estaremos sempre juntas porque a voz de uma é a voz de todas!
Ativista