As tendências de viagens para 2025 

Destinos desvios, all-inclusive, viagens para nos ‘reconectarmos’ com a natureza e com o nosso ‘eu interior’, procurar por fenómenos naturais, tirar inspiração de filmes e séries para o destino escolhido. São muitas as tendências para as viagens de 2025. Ao mesmo tempo, uma nova trend espalha-se pelos aeroportos de todo o mundo, irritando muitas pessoas.

Escreveu Álvaro de Campos que «a melhor maneira de viajar é sentir». Pode ser… No entanto, é sempre melhor sair do lugar. Será difícil encontrar quem não goste de viajar e, vários sites de reservas e guias de viagens, já estão a revelar as tendências para o próximo ano. Com o ano a acabar, já há quem esteja a planear quais serão os novos destinos a conhecer. Ao mesmo tempo, nasce uma nova trend nas redes sociais e que está a irritar alguns viajantes: a de fotografar os tabuleiros com os pertences na passagem da segurança dos aeroportos.

Destinos de Desvio

Segundo a TNews, com base na pesquisa «Unpack», que combina dados de fontes como Expedia, Hotels.com e Vrbo, juntamente com os resultados de uma pesquisa global com 25 mil viajantes, o site de reservas Expedia explora as dinâmicas que moldarão as escolhas de viagens no próximo ano. A mesma empresa, prevê que, no próximo ano, por exemplo, existam várias mudanças nos padrões de comportamento dos viajantes que não se limitarão a visitar os destinos turísticos mais conhecidos, mas farão também os chamados «desvios», que dão para conhecer num dia (63% dos consumidores afirma que é provável que visitem um ‘destino de desvio’ na sua próxima viagem). Estes incluem Reims como desvio de Paris; Brescia como desvio de Milão; Girona como desvio de Barcelona; Santa Bárbara como desvio de Los Angeles; Fukuoka, como desvio de Tóquio e Abu Dhabi, como desvio de Dubai.

A Era do Tudo Incluído

Além disso, entraremos na «Era do Tudo Incluído». De acordo com a empresa, a Geração Z está a ser cada vez mais atraída pelos hotéis «all-inclusive». Um terço dos viajantes da Geração Z afirmou que a sua perceção dos hotéis com tudo incluído melhorou e 42% afirma que uma unidade all-inclusive é o seu «hotel favorito». A empresa acredita que esta nova tendência se justifica pela «facilidade de reserva» – resposta de 39% dos inquiridos. 38% justifica a escolha pela estadia do tudo incluído ser «luxuosa». E a verdade é que com esse pack, as preocupações são muito menos.

 Experiências gastronómicas

em hotéis

Também está a ficar na moda reservar os hotéis pensando nas reservas para jantar, tal como mostra o site de reservas Hotels.com. Recorde-se que foram vários os hotéis espalhados pelo mundo que apostaram na abertura de restaurantes aclamados pela crítica com chefes com estrelas Michelin e menus sazonais rotativos. O objetivo? Atrair mais visitantes. E, no mesmo site, as críticas positivas sobre os restaurantes, chefes e bares dos hotéis aumentaram 40% de ano para ano.

Escreve a Expedia, que o TikTok também tem inspirado os viajantes a procurarem determinados produtos – como barras de chocolate no Dubai, produtos de beleza da Coreia, macarons de Paris, pastéis de nata em Belém, etc. Há pessoas que organizam as viagens em torno desses produtos, influenciando os que os seguem a fazer o mesmo. O estudo revelou que 39% dos viajantes optam por comprar em mercearias e supermercados, enquanto 44% opta por produtos locais.

Viagens de reconexão e fenómenos naturais

Em 2025 serão cada vez mais as pessoas a apostar nas viagens de «reconexão», mais conhecidas como JOMO. Conectarmo-nos com a natureza, irmos ao encontro do nosso «eu interior». Segundo o site de reservas Vrbo, viajar com JOMO significa «fazer menos nas férias para escapar à azáfama da vida quotidiana e ficar em cabanas acolhedoras ou casas de praia tranquilas para aumentar o relaxamento e a reconexão». 62% dos viajantes afirma que este tipo de viagens reduz o stress e ansiedade, afastando-os das responsabilidades diárias, e quase metade afirma que aumenta o tempo de qualidade com os seus familiares ou amigos. Algumas das opções passam por uma casa de praia, um alojamento isolado à beira do lago ou de uma quinta rústica no campo.

Por falar em natureza, parece que as pessoas também começaram a procurar destinos onde se possa assistir a fenómenos naturais em tempo real. Aliás, há quem tenha uma lista já feita. Os dados do inquérito revelaram que a aurora boreal (61%) é o principal fenómeno que os viajantes querem ver. Seguem-se os fenómenos geológicos (30%) como vulcões e fontes termais. No entanto, em 2025, há muitas pessoas que desejam observar o «Sol Negro», no Parque Nacional do Mar de Wadden, na Dinamarca; os murmúrios de estorninhos na zona rural de Somerset, no Reino Unido; vulcões, campos de lava e praias de areia preta na região de Reiquiavique, na Islândia. 80% dos viajantes afirma que, para isso, é importante ficar num local que ofereça uma vista privilegiada para estes acontecimentos. 

Homens viajam sozinhos

Segundo o site de reservas de transportes Omio, em 2025, assistiremos a «um aumento de viajantes masculinos a solo». «Da autodescoberta à capacitação mental, da independência ao aumento da confiança, há muitos benefícios em viajar sozinho», defende a empresa. «Nos últimos anos, a tendência tem sido fortemente liderada por mulheres, mas em breve veremos um aumento no número de viajantes solitários do sexo masculino, com 30% dos homens em comparação com 23% das mulheres a planear uma viagem solo em 2025». Além disso, a mesma plataforma adianta que os viajantes do sexo masculino também estão a planear viagens de grande orçamento – 28% planeia gastar mais de 2.400 euros.

Por último, há o fenómeno Set-jetting. São cada vez mais as pessoas que escolhem os seus destinos influenciadas pelos filmes ou séries que veem. De acordo com os sites, 66% dos visitantes admitiram fazê-lo.

Graças à série da Netflix Squid Game, muita gente deseja visitar Jeju, na Coreia do Sul. O mais recente filme sobre Maria Callas também levou muita gente a marcar viagem para Budapeste, Hungria. Um outro exemplo é Paris, pela famosa série Emily in Paris.

#Airportaesthetic

Para fazermos quase todas estas viagens, é necessário apanhar o avião. E, se a maior parte das pessoas tem pressa para passar a zona de segurança e raio x, outras não parecem assim tão preocupadas. Recentemente, vimos nascer a tendência para fotografar todos os objetos soltos no tabuleiro de segurança do aeroporto. Dos óculos de sol, aos headphones, sapatos, artigos de higiene pessoal, livros, carteiras… Tudo esteticamente pensado.

«Fiz todas as minhas meninas desfazerem as malas para fotos estéticas na bandeja do aeroporto», gabou-se a influenciadora de Nova Iorque, Chelsea Henriquez, de 31 anos, na legenda de um vídeo publicado no seu Tik Tok e que já conta com mais de 41 mil de gostos. Para fotografar o melhor possível – e evitar receber olhares de repreensão de outras pessoas no aeroporto – Henriquez disse ao The Post: «Levo a bandeja comigo depois de passar pelo segurança e organizo os meus itens perto dos bancos onde as pessoas colocam os sapatos novamente». «Dessa forma, não preciso ter pressa para montar a bandeja enquanto estou na fila e também não incomodo outros viajantes», explicou.

Outras influencers já arranjaram outra estratégia para não incomodar as pessoas. Num dos vídeos mais populares da mesma rede social sobre a hashtag «airportaesthetic», com mais de 1,8 milhões de visualizações, a criadora de conteúdos Piper Taich, de Chicago, explica num tutorial que o seu tabuleiro de segurança do aeroporto foi comprado na Amazon e o seu cartão de embarque editado no Photoshop. «Se estão a perguntar qual é o objetivo disto, o objetivo é que seja divertido e que seja arte», afirmou à CNN. «É uma forma muito divertida de exprimir o meu amor pela moda, pela poupança e pela direção artística», acrescentou. Mas nem toda a gente concorda e já existem várias críticas a esta nova tendência. O New York Post, por exemplo, chamou-lhe «uma praga liderada por influenciadores nas filas de segurança nos aeroportos». Já o jornal Metro, do Reino Unido, disse que «a tendência que induz à ansiedade» e corre o risco de tornar alguém «a pessoa mais odiada no aeroporto».