O consumo global de antibióticos em Portugal aumentou 2% entre 2019-2023, enquanto a subida média dos países da UE foi de 1%, alertou o Infarmed, esta segunda-feira, Dia Europeu do Antibiótico.
No ano passado foi aprovado pelos 27 estados membros da UE a meta de reduzir em 20 % o consumo total de antibióticos nos seres humanos até 2030, tendo 2019 como referência.
O objetivo faz parte do documento “Uma Só Saúde”, aprovado no âmbito do combate à resistência aos antimicrobianos, que inclui também a meta de que pelo menos 65% do consumo total de antibióticos nos seres humanos pertença ao grupo Access, os de menor impacto em termos de potencial desenvolvimento de resistências.
“Em 2023, o consumo de antibióticos da categoria Access em Portugal foi de 63%, tendo havido uma melhoria face ao ano de referência em cerca de um ponto percentual”, adianta o Infarmed.
No mesmo comunicado da autoridade do medicamento, é referido que nas farmácias comunitárias a dispensa dos antibióticos aumentou entre 2022 e 2023, passando de uma média de 17,1 doses diárias definidas por mil habitantes por dia (DHD) para 18 DHD, e que os seus dados preliminares de 20,5 DHD no primeiro semestre de 2024 indicam que a tendência de subida continua.
Recorde-se que a resistência aos antimicrobianos foi declarada em 2019 pela OMS como uma das 10 maiores ameaças à saúde pública a nível mundial que a humanidade enfrenta.
Em maio, a propósito da atualização da lista de bactérias que ameaçam saúde humana por resistência a antibióticos, a OMS alertou que o problema da resistência aos antibióticos é responsável por cerca de 1,27 milhões de mortes diretas anualmente e contribui para mais 4,19 milhões de outras mortes.