A Fórmula E ganha uma dinâmica superior com o novo monolugar GEN3 Evo 100% elétrico. Uma aceleração sem precedentes e aerodinâmica apurada vão tornar as corridas ainda mais intensas e emocionantes. António Félix da Costa vai lutar pelo título mundial.
Desde a sua primeira corrida em 2014 que a Fórmula E é conhecida pela sua capacidade de pensar fora da caixa e fazer as coisas de forma diferente. Isso é particularmente evidente na temporada 2024/25, que começa na próxima semana no Brasil, com a introdução do novo carro GEN3 Evo, que combina performance, eficiência e sustentabilidade.
Os testes de pré-época realizados no circuito de Jarama marcaram uma nova era nesta competição e deixaram os pilotos agradados com um carro que tem um desempenho superior em 2% ao modelo anterior. O novo monolugar 100% elétrico é alimentado por uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 38,5 kWh, desenvolve uma potência máxima de 476 cv (350 kW). Atinge 320 km/h de velocidade máxima e acelera de 0 a 100 km/h em 1,8 segundos, ou seja, consegue ser 30% mais rápido do que um carro de F1 atual e, segundo alguns especialistas, pode ser dois segundos por volta mais rápido no circuito do Mónaco do que o GEN3.
As alterações introduzidas este ano permitem obter um rendimento de 95% do motor elétrico, o que é verdadeiramente notável quando comparado com a eficiência típica de um motor de combustão interna que é de 40%. O novo monolugar tem uma capacidade regenerativa de travagem de 600 kW, o que gera quase 50% da energia necessária para fazer uma corrida. A capacidade de carregamento ultrarrápido permite fazer uma carga total em apenas 30 segundos.
Outra importante novidade é a tração integral em determinados momentos das corridas, nomeadamente nas partidas, qualificação e Modo Ataque, o que aumenta as possibilidades de ultrapassagem. O carro tem um novo kit aerodinâmico composto por aileron dianteiro modificado e uma nova configuração da secção traseira e do arco de segurança, alterações que conferem maior estabilidade. Os pneus Hankook iON foram otimizados e fabricados com 35% de materiais reciclados de modo a proporcionar maior aderência e um desempenho mais próximo dos verdadeiros pneus de competição.
A temporada 2024/25 vai ser disputada por 11 equipas e 22 pilotos, e conta com a presença oficial de oito construtores, a saber: Porsche, McLaren, Maserati, Jaguar, Nissan, DS, Lola e os indianos da Mahindra. A principal novidade é o regresso da Lola às corridas de monolugares numa parceria com a Yamaha, que fornece o motor elétrico. A Forest Road Company comprou a equipa ERT, mudou a designação para Kiro Race e vai dispor da tecnologia Porsche, que venceu o campeonato com o alemão Pascal Wehrlein.
Ao contrário de outros campeonatos, a maioria dos circuitos da Fórmula E são temporários e são construídos no coração de algumas das maiores cidades do mundo. O calendário tem 17 corridas, começa a 7 de dezembro, em São Paulo (Brasil) e termina a 27 de julho de 2025, em Londres (Inglaterra). Registam-se as estreias de Miami (EUA) e Diriyah (Arábia Saudita) e o regresso de Jakarta (Indonésia).
Lugar às mulheres
O último dia de testes foi inteiramente dedicado às mulheres. Esta iniciativa contou com 18 pilotos e teve por objetivo incentivar uma maior participação feminina, além de possibilitar às equipas observar o seu nível de pilotagem e facilitar uma eventual entrada na Fórmula E de modo a conseguir a sua inclusão num meio dominado por homens. Foi a primeira vez que experimentaram um carro de Fórmula E, embora Tatiana Calderón, Simona de Silvestro e Miki Koyama tenham alguma experiência no desporto automóvel. Abbi Pulling (Nissan) conseguiu o melhor tempo entre as pilotos femininas. «Que dia! Há muito tempo que queria conduzir um carro de Fórmula E, foi um sonho», reconheceu a inglesa de 21 anos, que acrescentou: «Estou feliz por ser a mais rápida. Foi ótimo conduzir o GEN3 Evo», disse Pulling, que lidera a classificação da F1 Academy, com sete vitórias em 10 corridas. Lucas Di Grassi elogiou esta ação: «A Fórmula E está focada na inovação e foi fantástico dar oportunidade às novas pilotos», disse o campeão de 2016/17.