Macron recusa demitir-se e vai nomear primeiro-ministro nos próximos dias

Chefe de Estado acusou a extrema direita e a extrema esquerda de se unirem numa “frente anti-republicana” para aprovar a moção de censura, que levou à queda do Governo.

O Presidente francês dirigiu-se ao país, esta quinta-feira, depois de o governo ter caído, na sequência da aprovação de uma moção de censura.

Na sua declaração, Emanuel Mácron começa por agradecer o trabalho de Michel Barnier, que apresentou a demissão esta manhã.

“Quero agradecer a Michel Barnier pelo trabalho que tem realizado no nosso país, pela sua dedicação e pela sua combatividade”, afirmou.

O chefe de Estado não poupou críticas à extrema-direita e à extrema-esquerda, que acusa de se unirem numa “frente anti-republicana” para fazer passar a moção de censura que levou à queda do governo, em funções há poucos meses.

 “Eles não querem construir. Não estão a pensar em vocês, nas vossas vidas. Só pensam nas presidenciais, para as precipitar, com cinismo e com desejo de caos”, sublinhou. “Só pensam numa coisa: nas eleições presidenciais, em prepará-las, em provocá-las, em apressá-las”, criticou.

Garantiu, no entanto, que não lhes vai fazer a vontade e rejeitou a ideia de demissão. “O mandato que me confiaram democraticamente é de cinco anos e irei exercê-lo até ao fim”, assegurou. “Temos 30 meses pela frente até ao final do mandato que me foi confiado”, acrescentou.

Em relação ao substituto de Michel Barnier, Macron adiantou que será conhecido muito em breve e a prioridade do próximo executivo será o Orçamento do Estado.

“Vou nomear um primeiro-ministro nos próximos dias. Vou pedir a essa pessoa que crie um governo de interesse nacional. Esse primeiro-ministro irá formar um governo unido ao vosso serviço, disse.

Os nomes apontados como mais prováveis para suceder a Barnier são Sébastien Lecornu, ministro da Defesa; François Bayrou, antigo candidato presidencial; e Bruno Retailleau, ministro do Interior.