Só este ano já morreram pelo menos 73 migrantes que tentavam atravessar o Canal da Mancha, de França para Inglaterra.
Este é o maior número de sempre, segundo a autoridade marítima do Canal da Mancha e Mar do Norte (Prémar).
Os números têm aumentado todos os anos, com os “traficantes a assumirem cada vez mais riscos”, adiantou a Prémar, fazendo referência “má qualidade” dos barcos que são “inadequados” para o Estreito de Pas-de-Calais, cujas condições meteorológicas são muito difíceis.
Além do número recorde de embarcações, há a registar também um significativo aumento de pessoas por barco.
Em 2024, a média de pessoas por cada barco subiu para 54 por travessia, o que representa um aumento de 50% face a 2022.
“Esta sobrecarga aumenta os riscos, sendo que 90% dos naufrágios envolveram barcos que transportavam 50 ou mais migrantes”, explicou a Prémar.
E os dados alarmantes não ficam por aqui, foi também registado em 2024 um número recorde de óbitos não por naufrágio, mas por asfixia após um esmagamento.