Max Verstappen. Sozinho contra os rivais

O Mundial de Fórmula 1 terminou com Max Verstappen a conquistar o quarto título consecutivo e a McLaren a vencer entre os construtores, terminando com a hegemonia da Red Bull. A última corrida do ano marcou também o fim de linha para alguns pilotos.

Max Verstappen. Sozinho contra os rivais

O Grande Prémio de Abu Dhabi foi a 1.125.ª prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 e fechou a temporada mais longa de sempre, com 24 grandes prémios e seis corridas sprint. A caravana passou por 22 países e percorreu qualquer coisa com 121.396 quilómetros entre março e dezembro, ou seja, o equivalente a três voltas ao mundo.


Max Verstappen ganhou 9 grandes prémios e quatro corridas sprint, terminou 14 vezes no pódio e, obviamente, sagrou-se tetracampeão do mundo aos 27 anos. O piloto fez um excelente início de campeonato, onde mostrou todo o seu talento. Na segunda metade da época, com um carro menos competitivo do que os McLaren, Ferrari e Mercedes, revelou grande maturidade e conseguiu limitar os estragos. O GP Brasil foi um bom exemplo, largou da 17.ª posição, depois de ter trocado de motor, e ganhou! Na história da Fórmula 1 apenas quatro pilotos conseguiram quatro títulos consecutivos: Juan Manuel Fangio, Michael Schumacher, Sebastian Vettel e agora Max Verstappen. Alain Prost também tem quatro títulos, mas não consecutivos. O piloto neerlandês tem menos um título do que o lendário Fangio e está a três títulos de Michael Schumacher e de Lewis Hamilton. Verstappen tem a possibilidade de bater esse recorde, mas precisa que a Red Bull volte a ser competitiva. Depois, há a grande incógnita de 2026 com a introdução de novo regulamento técnico que vai mudar profundamente a Fórmula1. «Gostaria de ganhar dez títulos, mas não acredito que vá ficar aqui tanto tempo», comentou Verstappen, que pensa em outras competições, nomeadamente as 24 Horas Le Mans. Para a história da Fórmula 1 fica o facto de, pela primeira vez, sete pilotos venceram mais de uma corrida, foram eles: Max Verstappen, Lando Norris, Charles Leclerc, Oscar Piastri, Carlos Sainz, Lewis Hamilton e George Russell. Pierre Gasly tornou-se o primeiro piloto na história a ter completado uma época inteira sem causar danos no seu Alpine.


A McLaren quebrou a hegemonia da Red Bull e ganhou o campeonato de construtores passados 26 anos. É o nono título da equipa inglesa, que igualou a Williams, a Ferrari é, de longe, a mais vitoriosa com 16 títulos. A McLaren conseguiu outro feito inédito que foi ter classificado os dois carros (Norris e Piastri) em todos os grandes prémios. Piastri foi também o único a completar todas as voltas esta temporada fazendo um total de 7.057 km. A Red Bull pode, contudo, orgulhar-se de ser a primeira equipa a permitir a dois pilotos serem tetracampeões: Max Verstappen (2021 a 2024) e Sebastian Vettel (2010 a 2013). As duas equipas foram também as mais eficazes na mudança dos quatro pneus com um pit stop de 1,9 segundos!


Ao fim de 17 épocas, Lewis Hamilton deixou a Mercedes depois de ter ganho 84 corridas e sete títulos mundiais. Nenhum outro piloto ganhou tanto numa só equipa. O último grande prémio da época foi também de despedida para Kevin Magnussen, Valtteri Bottas, Franco Colapinto e Guanyu Zhou. Em Abu Dhabi, correu a notícia de que Sergio Perez pode retirar-se da competição.
A popularidade da Fórmula 1 continua a aumentar e, segundo a plataforma digital Sportico, o valor das dez equipas que disputaram o mundial atingiu os 219 mil milhões de euros. A prestigiada Ferrari lidera o ranking com um valor de 4,5 mil milhões de euros, seguida pela Mercedes, com 3,7 mil milhões, e Red Bull Racing, com 3,3 mil milhões. Grande parte dessa popularidade deve-se à série documental Drive to Survive da Netflix, que tem mais de cinco milhões de espectadores por temporada.


Desde o GP Las Vegas (EUA) que Rui Marques é diretor de corrida na Fórmula 1. Com uma vasta experiência nesta função, desempenhou esse cargo na Fórmula 2 e Fórmula 3 nos dois últimos anos, foi o escolhido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) pela qualidade do seu trabalho. «Rui Marques traz enorme experiência por ter servido anteriormente como comissário de pista, observador técnico e diretor de provas em vários campeonatos», justificou a federação em comunicado. O diretor de prova é responsável pela segurança, pelo bom andamento da corrida e respeito pelas regras da FIA. É dos primeiros a chegar ao circuito para se reunir com os organizadores, comissários e inspecionar a pista. As barreiras, áreas livres e instalações médicas devem cumprir os mais elevados padrões de segurança. Antes de cada fim de semana, emite um documento com orientações para o grande prémio, que pode incluir regras específicas, curvas cujos limites de pista serão monitorados e outros procedimentos. Durante a corrida, monitoriza o comportamento dos pilotos e é ele que toma a decisão de fazer entrar o safety car. As suas decisões devem ser rápidas e justas para garantir a segurança e verdade desportiva.