O inevitável aconteceu. O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, anunciou esta segunda-feira a sua demissão após pouco mais de nove anos à frente do país. A fragilidade do seu Governo era já evidente, e os acontecimentos dos últimos meses foram a machadada final.
A popularidade de Trudeau, um dos líderes mundiais que embarcaram com mais fervor na nova ideologia de esquerda woke, foi tendo altos e baixos ao longo dos mandatos, mas desde 2021 que só tem vindo a cair. Em dezembro de 2024, apenas 22% dos canadianos aprovavam o primeiro-ministro, enquanto 74% manifestavam desagrado quanto à sua liderança. Outro número revelador do enfraquecimento do Partido Liberal é o das sondagens para as próximas eleições, que estavam marcadas para outubro deste ano, onde os Conservadores surgem como grandes vencedores.
A eleição de Trump, as suas ameaças na imposição de taxas e até escárnio para com o Canadá, levaram a desentendimentos no seio do Governo liberal, com a ministra das Finanças a anunciar a sua demissão e a deixar Trudeau em apuros.
O desagrado dos membros do próprio partido forçou o primeiro-ministro a tomar a decisão final: “Tenciono demitir-me do cargo de líder do partido, de primeiro-ministro, depois do partido escolher o seu próximo líder”, disse publicamente, após uma conversa familiar, Justin Trudeau.
Assim, a dinastia Trudeau – pai e filho governaram, ao todo, 25 anos – chega ao fim.