Rússia: três crimes numa hora!

Este não foi um acidente como os outros: é caso para o Tribunal Criminal Internacional.

Este período de Festas foi particularmente cruel para a aviação mundial, mas um caso merece ser recordado pois não resultou duma falha pessoal ou técnica.

A manhã de Natal começou da forma mais triste com a notícia dum acidente de avião no Cazaquistão. A notícia foi-se tornando mais aterradora nos dias seguintes com os detalhes inimagináveis que entretanto se foram conhecendo.

Mas que raio faria o voo 8432 da Azerbaijan Airlines de Baku para Grozny na Chechénia, Rússia, no outro lado do Mar Cáspio, a 500Km do seu destino, quando já estava a chegar? E porque ‘desapareceu’ dos radares desde que estava para aterrar até pouco antes de se despenhar do outro lado do Mar? Sabemos que havia intenso nevoeiro, mas nada com que os controladores aéreos ou os pilotos não estivessem habituados a lidar. Ninguém pensou em ser preferível desviar o voo.

Mas, simultaneamente, ocorria um ataque de drones Ucranianos a Grozny, a capital duma das Repúblicas Russas que mais tem apoiado o Kremlin na sua invasão, e a defesa antiaérea da cidade estava em forte atividade. Isso, sim, teria sido uma razão mais que suficiente para que as autoridades Russas tivessem ordenado o avião que regressasse à origem ou se desviasse para um aeroporto alternativo. Este foi o primeiro CRIME naquela fatídica manhã: para tentar esconder do mundo que a Ucrânia conseguia atacar bem dentro do território russo, autorizaram os pilotos a tentarem aterrar entre denso nevoeiro e artilharia pesada! Um dos mísseis terra-ar russos acabou por atingir o aparelho, causando danos irreparáveis. O alvo não seria aquele avião, mas podia muito facilmente ter sido evitada a catástrofe!

O segundo CRIME veio logo a seguir: apesar dos pedidos desesperados dos pilotos para uma aterragem de emergência noutro aeroporto próximo, as autoridades russas ordenaram que voassem para leste, sobre o Mar Cáspio. Ao mesmo tempo uma segunda mentira ao mundo: o aparelho tinha sido atingido por um bando de pássaros! As autoridades russas esperavam que com um despenhamento algures no mar, a verdade nunca fosse revelada! Duma forma consciente e fria, gelada, condenavam à morte a totalidade dos passageiros e tripulação de um voo comercial! A forma instantânea da decisão faz pensar que o procedimento estaria previsto num qualquer manual para uma ocorrência deste género. Inimaginável! Horrendo!

O comportamento inqualificável não ficou por aqui: as autoridades do Azerbaijão não foram informadas e, pináculo dum negro cinismo, o sinal de bordo do avião foi remotamente desligado pelos russos, para que o local exato do despenhamento no meio do Cáspio nunca fosse descoberto e a verdade desvendada! Um terceiro CRIME em menos de uma hora.

Mas apesar da perda dos hidráulicos, os heroicos pilotos conseguiram atingir terra perto de Aktau depois de um voo terrível em que por diversas vezes quase se despenharam no mar. Mas já não lhes foi possível controlar o avião uma última vez, com um aeroporto seguro no Cazaquistão já à vista!

A maioria dos media não parecem muito interessados em averiguarem este incidente e denunciarem o que realmente ocorreu. Mas este foi um acidente diferente. Quem é responsável por este comportamento assassino? Ninguém acredita que estas decisões foram tomadas no local, naqueles momentos, em Grozny! Nem pelo responsável pela Torre de Controlo dum pequeno aeroporto. Então quem decidiu? Quem ordenou? A que alto nível estas decisões vergonhosas e horríveis foram tomadas?

Fica-se com a sensação que, porque o avião era da companhia estatal Azeri e a maioria das vítimas das margens do Cáspio, deu-se a notícia mas ninguém se preocupa com a verdade por trás desta tragédia! Na manhã de Natal, o dia do ano mais importante para a Família, houve famílias destroçadas pela imbecilidade, frieza e desumanidade de alguns!

NÃO! Os 38 Azeris, Russos, Cazaques e Quirguis que pereceram eram seres humanos, apanhados no meio duma guerra e condenados à morte, só para cobrir uma mentira após outra!

Este não foi um acidente como os outros! É imprescindível que os media e a opinião pública europeia exijam que o Tribunal Criminal Internacional de Haia investiguem este hediondo crime contra a humanidade! Foi disto que se tratou! l

Politólogo