Pérolas no Facebook

A produtividade nacional continua a ser 67% da média europeia.

  1. No meio das banalidades e do muito lixo, surgem também no Facebook textos muito informados e esclarecedores. Infelizmente efémeros. Transcrevo para os leitores um desses textos, particularmente oportuno.
    Comentando a afirmação do ministro Joaquim Miranda Sarmento de que «O problema de Portugal é a baixa produtividade…», Ruipedro Floreiro escreveu:
    «A questão, é que quando se fala da produtividade do empregado, não se mediu o esforço do ser humano nesse trabalho… mas a quantidade de trabalho realizado pelo trabalhador com determinado equipamento, métodos e processos.
    Se em Portugal um Fresador ou um Torneiro Mecânico produzem 200 peças num dia… num torno convencional, esses mesmos trabalhadores na Alemanha ou na Suíça, trabalhando com 3 freses de CNC… que trabalham sozinhas, fazem 400 peças por dia sozinhas… cada uma.
    Se em Portugal, o homem com um trator de 50 cavalos e com uma charrua de 2 lâminas demora 10 horas para lavrar um terreno… na Alemanha um tratorista, com um trator de 220 cavalos e com uma charrua de 8 lâminas, leva apenas duas horas…
    Se os alemães têm métodos de construção que permitem a cinco homens levantar um andar de um prédio em 4 dias, porque levam peças completas feitas em fábrica para a obra… em Portugal esses mesmos homens com o método de construção português levariam 4 semanas.
    Portanto, na verdade não se está a avaliar “seres humanos”, mas sim equipamentos, processos e métodos …
    O trabalhador português no estrangeiro com outros equipamentos, outros processos e outros métodos, que em Portugal não existem, é muito mais produtivo!»
    Trabalhadores portugueses, lembro, eu desde sempre muito apreciados na Europa.
  2. O texto de Ruipedro Floreiro mereceu do meu Amigo Adelino Carvalho o comentário seguinte, oportuno e judicioso como lhe é habitual:
    «Ruipedro Floreiro, bem haja por se dedicar à didática de explicar conceitos sobre produtividade, dada a tanta iliteracia que abunda por aí…
    Ainda há pouco tempo o BE e o Livre propuseram “impostos sobre as máquinas destinados à Segurança Social” , com o argumento que reduziam os trabalhadores, logo a receita das contribuições… e continuamos nisto.
    Curiosamente, os mesmos partidos defendem a semana de trabalho de 4 dias e 30 horas. Por uma declaração recente de Rui Tavares ficamos a saber que isso já se aplica no Livre.
    Quando em 1985 entrámos na CEE, a nossa produtividade era de 67% da média dos países que então a constituíam: Alemanha (então RFA), Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Dinamarca, Irlanda, Reino Unido e Grécia.
    Agora, depois da entrada na UE de um conjunto de países pobres em 2004, 2007 e 2013, a nossa produtividade continua nos mesmos 67% da média.
    Esta gente, como se vê, é muito competente… pra nos manter na pobreza.»