Em 2024, os pirómanos foram responsáveis por 1.600 incêndios, tantos como os provocados pela negligência de outros portugueses. Distinguiram-se pelo catastrófico resultado: mais de 84 mil hectares de área ardida, num total de 137 mil. O coordenador da unidade da PJ responsável pela investigação destes crimes, Avelino Lima, foi à televisão dizer que os pirómanos estão «cada vez mais sofisticados na arte do fogo».
Em véspera de eleições autárquicas, o Chega carregou no acelerador das penas e da falta de meios. E o PSD não poderia deixar-se ultrapassar pelo maior partido da Oposição, que apesar de todas as polémicas cresceu como nenhum outro nos últimos anos.
O entendimento entre os dois partidos é importante para a governabilidade do país.
A questão é se servirá apenas para as medidas mais fáceis, deixando de lado as reformas estruturais, algumas impopulares, de que Portugal precisa.
É o caso dos incêndios. É preciso mexer no direito sucessório, incomodar milhares de pequenos proprietários, e premiar as câmaras municipais com reais resultados na limpeza das matas.
Luís Montenegro e André Ventura competem há muito para ver quem cita mais vezes Sá Carneiro.
Isso não basta, para serem estadistas.