1. A China tem 4 000 anos de civilização. É sábia, prudente, sensata, pacífica, confiável. Progrediu sem conquistar, desenvolveu-se sem ocupar, explorar ou oprimir terceiros. É desde sempre o povo menos proselitista e evangélico do planeta. Mesmo internamente, os chineses são, entre si, assim. A entreajuda familiar, por exemplo, que é como se sabe absoluta, nunca cobra, nunca os faz cobrar. Vivem e deixam viver, não condicionam as suas relações políticas, económicas e diplomáticas aos modelos políticos que cada país entende adotar.
É o comércio que torna os países ricos e melhora a qualidade de vida dos seus cidadãos. A China foi no passado imperial, no nosso tempo e é hoje o melhor exemplo disso. Por razões civilizacionais, mas também por razões bem pragmáticas, a China é o país mais empenhado na paz.
2. Atente-se nas palavras proferidas por Xi Jinping no recente exibição defensiva – repito, defensiva – do poderio militar chinês (transcritas do Nascer do SOL): «O rejuvenescimento da nação chinesa é imparável e a nobre causa da paz e do desenvolvimento da humanidade triunfará certamente. (…) O mundo volta a enfrentar uma escolha entre a paz e a guerra, o diálogo ou o confronto, um cenário em que todos ganham ou outro em que alguns ganham e outros perdem. (…) O povo chinês é um povo que não teme a violência, é desse ponto de vista, autossuficiente e forte, mas permanece firmemente do lado certo da história. Seguiremos o caminho do desenvolvimento pacífico e trabalharemos de mãos dadas com os povos de todos os países para construir uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade».
E terminou sublinhando que «o mundo nunca mais deve regressar à lei da selva, onde os fortes ataquem os fracos».
3. Entretanto, a Comissão Europeia quer impor sanções à China… por este país comprar petróleo e gás natural à Rússia (felizmente será necessária a unanimidade dos 27 países).
Se não fosse um crime contra o interesse da Europa e dos Europeus, seria ridículo e daria vontade de rir. Até quando suportaremos esta gente inqualificável que tomou conta da Comissão?
Se a Rússia, a China e a Índia se juntarem, estes três países criariam o maior mercado energético, industrial e comercial de sempre. E a Europa ficará à margem, fora do centro do comércio mundial. Um isolamento que reduzirá os Europeus à irrelevância e ao apagamento.