Um dia negro e triste!

Não se trata de concordar ou não com a criação do Estado da Palestina, mas de escolher um momento para o fazer. O espetáculo que se viu, na semana passada, nas Nações Unidas, é um branqueamento das ações terroristas do Hamas.

Espanha nunca mais poderá ir contra a autodeterminação catalã. Este foi um dos primeiros países a reconhecer, nos últimos meses, Palestina como um Estado independente. Aliás, segundo as normas do Direito Internacional, a Catalunha preenche os critérios quase todos para se tornar num Estado: tem fronteiras definidas, tem um Governo autónomo, um Parlamento e eleições democráticas.

Desde o passado domingo, o reconhecimento internacional, porém, não é o critério que falta à Catalunha. A partir destes últimos meses percebemos que basta que três mil catalães entrem por território espanhol, violem, matem, amputem, torturem mulheres e bebés e, por fim, levem consigo trezentos reféns e a Comunidade Internacional reconhecerá a Catalunha como Estado independente.

Já aqui referi e volto a referir. Não se trata de concordar ou não com a criação do Estado da Palestina, mas de escolher um momento para o fazer. O espetáculo que se viu, na semana passada, nas Nações Unidas, é um branqueamento das ações terroristas do Hamas.

Este não era o momento para que o mundo reconhecesse o Estado da Palestina! Este era o momento para o mundo se juntar a Israel para libertar os reféns e libertar o povo de Gaza das garras desta organização terrorista. Aliás, de uma forma ou de outra, foi isto que fizemos há uns anos quando nos juntámos para diluir o Estado Islâmico.

Os discursos jornalísticos e políticos deixam-nos mais dúvidas do que certezas e, sobre este tema, realmente, tenho muitas dúvidas. As narrativas enviesadas da realidade só nos podem levantar mais dúvidas do que certezas. São estas dúvidas que coloco de seguida, porque sei que não vale a pena apresentar argumentos sobre este tema, porque seria preciso responder a todas estas questões de forma verdadeira para que pudéssemos dialogar.

Se desde há mais de vinte anos que Israel entregou à Autoridade Palestiniana a administração total de Gaza, como é que podemos dizer que Gaza vive oprimido por Israel? Se Israel em 2003 tirou de Gaza todos os Israelitas vivos e, ainda, todos os cemitérios judaicos, não será o Hamas o maior opressor do povo palestiniano?

Se a ONU, a Comunidade Europeia e muitas outras organizações, ao longo das últimas décadas, têm entregue ajuda ao povo de Gaza, para a criação de hospitais, escolas, infraestruturas energéticas e de água, como é que se explica a existência de 500 quilómetros de túneis? Devemos continuar a alimentar uma máquina de túneis, enviando para a UNRWA dinheiro proveniente dos impostos dos europeus?

Se havia uma missão da ONU no Líbano para repor a ordem e ajudar o Governo a controlar o Hezbollah, como é que podemos encontrar saídas de túneis feitos por este movimento terrorista mesmo à porta dos quartéis dos soldados em missão? Não seria momento de nos unirmos e vermos se, de facto, existem no Líbano, como noutras missões da ONU, irregularidades graves?

Se o mundo ficou aliviado por se ter destruído os centros de desenvolvimento de urânio e do programa nuclear, como é se pode dizer que Israel faz um ataque ao Irão? Ou no caso do Qatar, em vez de dizermos que ‘Israel atacou o Qatar’, não deveríamos antes dizer que ‘Israel atacou os membros do Hamas protegidos pelo Governo do Qatar?’