Sobreviver, É Obrigatório!

sobreviver é hoje uma questão de sorte, mas também de inteligência, ou seja, não facilitar a vida a quem nos quer fazer mal. Para isso é necessária tecnologia moderna e pessoas especializadas nessas técnicas que tenham, ao mesmo tempo, qualidades humanas, de nível elevado e ética e deontologia profissionais.

Na evolução sofrida pelo Homem de há dez mil anos até hoje, ou seja, desde a agricultura como actividade única e de sobrevivência, com o “cultivo das coisas”, passando pela indústria, “o fabrico das coisas”, até chegar “aos serviços”: servir, pensar, conhecer e experimentar, o Homem evoluiu, sim, mas não houve um grande aperfeiçoamento das suas qualidades no que toca a carácter, lealdade, justiça e equidade, para já não falar em solidariedade.

Na primeira fase havia que lutar para sobreviver e, por isso, guardava-se a horta. A mulher era encarada como uma fábrica de “mão-de-obra” e, por isso, por vezes eram roubadas ou raptadas. A violência aumentou e sofisticou-se com a indústria e com a riqueza que ela proporcionou e atingiu o auge com os serviços que, por sua vez, vieram proporcionar muita informação e troca dela. E a violência sofisticou-se ainda mais, evoluiu, no mau sentido, já que a competição na procura dos recursos aumentou a competetividade que, por sua vez, fez aumentar a própria violência.

Tudo isto e toda esta luta apenas pelo dinheiro, primeiro, e pelo poder, depois, e hoje, no século XXI, ainda aumentou mais todo o tipo de violência porque se adivinham dificuldades de toda a ordem, com grande insegurança no plano individual das grandes individualidades, já que são elas que podem fazer mudar as coisas. E aqui começa a questão, hoje tão importante e tão presente, que é a segurança individual, sobre tudo quando pode estar em causa a liderança de um grupo privado importante. É que, hoje, há processos expeditos para causar acidentes vários a todos aqueles que se oponham à corrupção, aos lucros fradulentos, ao compadrio, ao caciquismo e que queiram romper com as “clientelas instaladas”, que só têm como objectivo primordial enriquecer, enriquecer, enriquecer a todo o preço, e fazendo o que for preciso para afastar quem se oponha.

Por isso, sobreviver é hoje uma questão de sorte, mas também de inteligência, ou seja, não facilitar a vida a quem nos quer fazer mal. Para isso é necessária tecnologia moderna e pessoas especializadas nessas técnicas que tenham, ao mesmo tempo, qualidades humanas, de nível elevado e ética e deontologia profissionais. É um “capítulo” que deve ser levado muito a sério até porque de há muito que se ensina em certas Faculdades de Ciência Política um capítulo sobre os “fenómenos da clandestinidade do Estado” e está lá tudo explicado. E, mais importante, é um fenómeno transversal a todos os Estados, democráticos ou não, e todos praticam essas atrocidades em nome da preservação dos Estados. Mas em relação aos cidadãos de uma empresa privada… isso é canja! É que se os Governos e os Estados há muito que deixaram, neste campo, de ter uma ética só procuram uma estética por causa da opinião pública.

Sociólogo