Papa Leão XIV assegura que “a paz é possível” e destaca impacto do diálogo inter-religioso

Leão XIV destacou igualmente o encontro com o patriarca de Constantinopla e outros líderes cristãos na antiga cidade de Niceia, onde há 1.700 anos se realizou o primeiro concílio ecuménico

O Papa Leão XIV afirmou este domingo que “a paz é possível” e que os cristãos têm um papel essencial na sua construção, sobretudo através do diálogo inter-religioso e intercultural. A mensagem foi transmitida na oração do Angelus, a partir do Palácio Apostólico, no Vaticano, perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

O líder da Igreja Católica, que regressou recentemente da sua primeira viagem apostólica — com passagem pela Turquia e pelo Líbano — agradeceu a todos os que o acompanharam em oração durante a deslocação. “Na Turquia, tive a alegria de me encontrar com a comunidade católica que, através do diálogo paciente e do serviço aos que sofrem, sabe dar testemunho do Evangelho do amor e da lógica de Deus manifestada na humildade”, sublinhou Leão XIV.

Sobre o Líbano, o Papa evocou um país que “continua a ser um mosaico de convivência”, manifestando emoção perante a receção calorosa nas ruas. O Pontífice recordou ainda o encontro com as famílias das vítimas da explosão no porto de Beirute. “Os libaneses esperavam uma palavra e uma presença de consolo, mas foram eles que me consolaram com a sua fé e entusiasmo”, afirmou.

Leão XIV destacou igualmente o encontro com o patriarca de Constantinopla e outros líderes cristãos na antiga cidade de Niceia, onde há 1.700 anos se realizou o primeiro concílio ecuménico.

O Papa assinalou também o 60.º aniversário da histórica declaração conjunta entre Paulo VI e o patriarca Atenágoras, que pôs fim à excomunhão mútua entre as Igrejas Católica e Ortodoxa. “Damos graças a Deus, renovemos o nosso compromisso no caminho para a plena e visível unidade de todos os cristãos”, apelou.

O Papa dedicou ainda parte da mensagem às populações do sul e sudeste asiáticos atingidas por inundações devastadoras na Indonésia, Sri Lanka e Tailândia, que provocaram mais de 1.400 mortos e centenas de desaparecidos. “Rezo pelas vítimas, pelas famílias que choram os seus entes queridos e por todos aqueles que prestam auxílio”, disse, pedindo à comunidade internacional que responda com solidariedade: “Exorto […] a apoiarem os nossos irmãos e irmãs nestas regiões com gestos de solidariedade.