Economia

Silva Peneda defende 'visão de médio prazo' para resolver 'problemas de investimento'

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Silva Peneda, considerou hoje que o país precisa de "uma visão a médio prazo" para resolver "os problemas de investimento" porque estes não são possíveis de resolver "com medidas imediatistas".

Silva Peneda defende 'visão de médio prazo' para resolver 'problemas de investimento'

"É preciso ter uma atitude ativa em termos de zona Euro. E a nível interno precisamos de ter uma visão de médio prazo. Os problemas de investimento não são possíveis de resolver sem visão de médio prazo (…). Visões imediatistas e de curto prazo, não são soluções para o país", disse José Silva Peneda.

O responsável disse que o CES considera "que é precisa pelo menos uma década para um programa que persiga três objetivos: crescimento da economia, reforma do Estado e controlo das finanças públicas".

Silva Peneda falava aos jornalistas à margem da conferência "Reforma do Estado/Poder Local: tensões e desafios" que decorria na Universidade Portucalense, no Porto, durante a qual se disse "preocupado" com "os compromissos que o país assumiu".

"Quem olha para as projeções futuras não pode deixar de ficar preocupado por os compromissos que o país assumiu. Obrigam-no a ter um saldo primário positivo de quatro/cinco por cento nas próximas décadas (…). Ora isto só aconteceu uma vez nas últimas décadas [em 1993]. Isso mostra a dificuldade do problema", disse Silva Peneda.

O responsável do CES sublinhou que Portugal "precisa de investimento", falando de soluções no âmbito da Zona Euro, mas vincou a necessidade de um "debate interno" que leve a um "compromisso" sobre "as reformas que são precisas fazer".

Durante a sua intervenção, Silva Peneda defendeu a descentralização de serviços de Lisboa e, à margem da conferência, quando questionado sobre esta tese, o dirigente classificou de "fatalismo" o encerramento de serviços públicos no Interior, defendendo que "o Estado não deve ir atrás do mercado, deve contrariar a tendência de mercado".

"Fecham-se as escolas porque não há alunos. Não há alunos porque não há famílias porque não há serviços. É um fatalismo. Acho que valia a pena pensar, mais uma vez numa perspetiva de médio prazo, em transferir serviços da administração pública que estão em Lisboa e espalhá-los por cidades do interior", referiu.

Este programa ao ser rotulado como "de desenvolvimento regional com uma componente de equilíbrio e coesão regional" poderia, aos olhos do responsável do CES, ser "até financiado pela União Europeia".

Questionado sobre a discussão em torno do salário mínimo nacional e da sua atualização ou não, Silva Peneda afirmou que "a lei o que diz é que o Governo tem a faca e o queijo na mão", mas defendeu "o acordo entre os parceiros sociais".

Na opinião do responsável do CES não faz sentido todas as administrações estarem concentradas em Lisboa, podendo algumas localizarem-se em cidades do Interior ou Litoral Norte "até como forma de incentivo".

Lusa / SOL

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