Mesquita Machado diz que auditoria “é um fato feito à medida, mas que está todo roto”

O antigo presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado, afirmou esta tarde que a auditoria à sua gestão camarária, “é um fato feito à medida, mas que está roto”. Segundo o ex-autarca socialista, que saiu da edilidade nas últimas autárquicas, “a auditoria não refere qualquer tipo de gestão criminosa”.

Mesquita Machado desmentiu as acusações proferidas duas horas antes pelo actual edil bracarense, Ricardo Rio, acrescentando que a auditoria por este pedida “é uma autêntica falácia”. E sobre o anúncio de Rio de que iria enviar as suas conclusões para o Ministério Público (MP), respondeu: “Se calhar será o MP a desmontar esta pouca-vergonha”.

“Não está nada escondido quanto à anterior gestão do município de Braga, ficou tudo transparente, pelo que as acusações de descalabro financeiro são absolutamente falsas”, afirmou aos jornalistas em conferência de imprensa na sede concelhia de Braga do Partido Socialista. 

Questionado sobre o alegado perdão de meio milhão de euros em custos de electricidade do Sporting Clube de Braga, justificou que “não se tratou de um perdão, mas sim de um acordo com o clube, que aceitou pagar apenas metade do valor total, já que só existia um contador de electricidade, que contabilizava a iluminação pública”. 

Desmentiu igualmente a existência de “qualquer empréstimo bancário encapotado”, socorrendo-se de uma das conclusões da auditoria para fazer a sua defesa, citando-a: “Não identificamos qualquer passivo bancário não registado nas demonstrações financeiras do município de Braga”. “Todos os empréstimos estão registados e foram ‘checados’ pelo Banco de Portugal”, destacou ainda o antigo ‘dinossauro’ socialista.

Pormenorizando a sua versão, Mesquita Machado referiu desde logo que, na sua presidência, “a Câmara de Braga estava a pagar aos seus fornecedores a 29 dias, o que diz bem da saúde financeira do município”.

“A 31 de Outubro de 2013, o passivo real da Câmara de Braga era de 59 milhões de euros e 358 mil euros de empréstimos, mais nove milhões e 884 euros relativos a um acordo de dívida com a Caixa Geral de Depósitos”, disse, salientando que “a auditoria confunde dívidas com passivos e por isso está tudo dito, esquecendo-se de referir as receitas inerentes às rendas a pagar até 2035”, numa referência às parcerias público-privadas. E falou em “proveitos diferidos”,  que “não estão repercutidos na auditoria”.

“Está aqui provado que eu nunca meti dinheiro ao bolso”, finalizou Mesquita Machado, ladeado pelo seu então vice-presidente, Vítor de Sousa, e por Joel Pereira, ex-presidente da Fundação Bracara Augusta, tutelada pelo então “super-vereador” socialista Hugo Pires, que não esteve presente na conferência de imprensa.