NOS estuda parcerias com operadores da China e EUA

A Nos está a estudar parcerias para levar a sua tecnologia de televisão a outros países. Operadoras de cabo de diversos pontos do mundo já mostraram interesse em vir a Portugal conhecer a oferta da empresa, entre as quais “chinesas, japonesas, argentinas, norte-americanas, entre muitas outras”, adiantou ao SOL Jorge Graça, administrador da Nos Comunicações.

Segundo o responsável, a Nos está a discutir internamente se deverá ser criado um novo segmento de negócio para dinamizar estas parcerias. “Querem ter acesso à tecnologia que temos. Esta tecnologia foi desenvolvida internamente ao contrário da nossa concorrência”, detalha.

Quanto à data de arranque, é um assunto ainda em estudo. Jorge Graça admite que a Nos tem interesse em estabelecer parcerias e dar formação, mas “não pode tirar os olhos da estrada devido à concorrência”.

As funcionalidades de televisão disponibilizadas em Portugal, o acesso e a velocidade da internet e a elevada penetração desta tecnologia são alguns dos elementos que fazem de Portugal “um case study a nível mundial”.

Mais 'pacotões' a caminho

O aumento da quota de mercado para atingir as sinergias de custos prometidas ao mercado na altura da fusão entre a Zon e Optimus, que podem chegar a 800 milhões de euros, é um dos principais focos da operadora. Para atingir este objectivo a Nos vai continuar a apostar na convergência de serviços, explica.

Porém, num sector cada vez mais concorrencial, com tarifárias agressivos e quase semelhantes, “o preço também é uma das variáveis” para captar clientes.

Questionado sobre a oferta de serviços da concorrência ser mais em conta, o responsável defende que tudo “depende de como queremos olhar para a equação. E cada empresa faz o discurso que mais lhe convém”.

Depois de terem lançado recentemente o primeiro serviço quintuple play do mercado português, que inclui internet móvel, a Nos está a pensar em novas ofertas de pacotes integrados. “Vamos ter várias novidades até ao final do ano, sempre neste eixo. Temos uma série de activos que ainda podem ser combinados e muitos segmentos que ainda podem ser explorados”, garante, sem revelar pormenores.

No primeiro semestre do ano, a Nos ganhou clientes em quase todos os segmentos. Menos na área de televisão paga, onde perdeu 19 mil clientes. A operadora justifica esta queda com uma obrigação imposta pela Autoridade da Concorrência no âmbito da fusão, que impede reter clientes da Optimus.

Jorge Graça acredita que esta tendência será invertida nos próximos tempos, com a aposta na convergência e o reforço do investimento em redes de fibra óptica.

A operadora espera ter as primeiras casas com fibra em Novembro ou Dezembro e chegar a mais de 500 mil casas até ao final do próximo ano.

Com este investimento, a ex-Zon Optimus ficará com 3,7 milhões de casas cabladas, número superior ao das concorrentes.

Por estes motivos, a recente parceria de partilha de rede entre a Vodafone e a Portugal Telecom não parece intimidar a operadora liderada por Miguel Almeida. A Vodafone vai ter dois milhões de casas com fibra e a PT 2,6 milhões.

sara.ribeiro@sol.pt