Ángeles supera oferta do Grupo Mello para na ES Saúde

O grupo mexicano Ángeles subiu o preço da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Espírito Santo Saúde para os 4,50 euros por acção, mais dez cêntimos do que a oferta concorrente do Grupo Mello, segundo informação disponibilizada hoje aos mercados.

De acordo com a informação da Ángeles enviada hoje à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), o período de aceitação da OPA arranca na segunda-feira às 8h30 e termina a 3 de Outubro às 15h30. O resultado da oferta está previsto para 6 de Outubro e dois dias depois, a 8 de Outubro, deverá ocorrer a liquidação física e financeira da OPA.

A CMVM registou hoje a OPA lançada pelo grupo mexicano depois de um despacho conjunto dos secretários de Estado das Finanças e da Saúde terem concedido, também hoje, a autorização para a transmissão indirecta da participação que a ES Saúde detém nas entidades gestoras do Hospital de Loures, informa a Ángeles no prospecto.

O Grupo Mello apresentou na semana passada uma OPA concorrente à do Ángeles, com um preço de 4,40 euros por acção. A nova oferta do grupo mexicano é superior em 0,20 cêntimos à apresentada inicialmente, há cerca de um mês, que foi de 4,30 euros por acção.

"O prémio oferecido em relação ao preço das acções no momento da oferta pública inicial é de 40,63%. A contrapartida oferecida representa ainda um prémio de 14,13% sobre o último preço de negociação antes da divulgação do anúncio preliminar e, bem assim, 21,61%, 21,03% e 25,29% sobre o preço médio ponderado por volume das acções da ESS, respectivamente, no último mês, nos últimos três meses e nos últimos seis meses anteriores à divulgação do anúncio preliminar", refere o grupo Ángeles no documento.

A empresa mexicana já tinha adquirido 6,97% do capital, por isso a oferta incide sobre 93,03% do capital da ES Saúde, num total de mais de 88.882 acções.

O grupo mexicano emitiu uma carta compromisso nos termos da qual garante que os fundos necessários para pagar a contrapartida total oferecida, no montante de 399.969.481,5 euros, estão assegurados. O valor é conseguido através do acordo de financiamento celebrado entre a empresa mexicana e o BBVA, que é o intermediário financeiro da OPA.

O grupo mexicano continua a considerar como única condição de sucesso da oferta a obtenção de 50,01% das acções representativas da ES Saúde.

A empresa decidiu não notificar a Autoridade da Concorrência, considerando que não era legalmente necessário e, mesmo se fosse, isso traria "apenas a inibição temporária, até à decisão de não oposição por parte daquela autoridade, dos direitos de voto das acções emitidas pela ESS".

O grupo mantém a intenção de não alterar as condições de trabalho e a "linha estratégica definida pelo Conselho de Administração da ES Saúde", tal como a confiança na equipa liderada por Isabel Vaz.

A ESS é actualmente detida maioritariamente pela Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES), e é dona, entre outros activos, do Hospital da Luz, em Lisboa, e gere, em regime de Parceria Público-Privada, o Hospital de Loures.

No final de maio, a ESS anunciou que o seu lucro quase duplicou em termos homólogos no primeiro trimestre do ano, para 4,6 milhões de euros.

Lusa/SOL